Manifestantes fazem passeata até a prefeitura contra a tarifa de ônibus
Os manifestantes que protestam contra o aumento das passagens de ônibus na região central de São Paulo iniciaram, por volta das 17h40, uma passeata até a prefeitura, no viaduto do Chá. O grupo decidiu ir pela rua da Consolação, que foi parcialmente fechada no sentido centro.
O percurso escolhido do grupo contraria o pedido da Polícia Militar, que queria os manifestantes descendo pela rua Augusta. Apesar disso, o protesto era pacífico. Um carro dos bombeiros foi deslocado para o local, mas apenas preventivamente, segundo o corporação. Mais cedo houve empurrões de PMs na tentativa de evitar a ocupação da Paulista, mas não houve confronto.
Protesto contra a passagem de ônibus fecha pista da av. Paulista
Metrô reforça segurança nas entradas das estações da Paulista
Policiais civis fazem manifestação na avenida Paulista
"Esse é o terceiro ato a parar a cidade. Rio de Janeiro também está na luta. Já que a prefeitura nos chamou de vândalos e não quer conversar estamos exigindo a revogação do aumento, se a tarifa não baixar a cidade vai parar", gritaram antes da caminhada.
Com a passagem dos manifestantes, algumas lojas da rua da Consolação fecharam as portas. No final da passeata, manifestantes fazem uma barreira entre o ato e os policiais militares, quem vêm na sequência.
Os manifestantes se concentraram na praça do Ciclista, na avenida Paulista, que ainda tinha a faixa sentido Consolação bloqueada por volta das 17h40. O comerciante Gilvan Ribeiro, 46, reclamou que o grupo destruiu a horta que havia na praça. Ele acrescentou que é contra o grupo, e que havia sido plantado há uma semana.
Com o protesto, os seguranças do Metrô também reforçaram a vigilância nas entradas das estações, nas calçadas, e afirmaram que podem fechar as entradas caso haja grande aglomeração de pessoas ou confusão durante o protesto, como já ocorreu na semana passada. Na ocasião, o Metrô estimou prejuízo de R$ 73 mil.
Além da segurança reforçada no metrô, alguns prédios como o Safra, na esquina com a rua Augusta, colocaram grades diante da entrada, para evitar a aproximação dos manifestantes. Algumas empresas também liberaram os funcionários mais cedo para evitar o protesto.
Esse é o terceiro protesto feito contra o aumento das passagens de ônibus em menos de uma semana. Na quinta-feira (6), manifestantes liderados pelo Movimento Passe Livre fecharam avenidas como a Nove de Julho, a 23 de Maio e a Paulista.
Houve confronto com a polícia e os manifestantes deixaram um rastro de vandalismo pela região, com pichações, placas e lixos danificados. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para conter o grupo. Na sexta-feira (7) houve outro protesto, dessa vez na região de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.
A passagem foi reajustada de R$ 3 para R$ 3,20 no último dia 2. A inflação desde o último aumento nos ônibus da capital, em janeiro de 2011, foi de 15,5%, de acordo com o IPCA (índice oficial, calculado pelo IBGE). No caso do Metrô e dos trens, o último reajuste ocorreu em fevereiro de 2012. Se optassem por repor toda a inflação oficial, a gestão Fernando Haddad (PT) teria de elevar a tarifa para R$ 3,47 e o governo Alckmin, para R$ 3,24.
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