Após ação da PM, ocupação da Câmara termina com mais de 70 detidos em Campinas
A invasão da Câmara Municipal de Campinas (a 93 km de São Paulo) na noite de quarta-feira (7), terminou com a detenção de mais de 70 manifestantes após ação da Força Tática da PM (Polícia Militar).
O balanço da Polícia Civil do número de detidos ainda é preliminar, pois eles estavam sendo apresentados ao 4º DP da cidade na madrugada desta quinta-feira. Entre os detidos, há menores de idade.
"Contra essas pessoas, cadeia", diz presidente da Câmara sobre manifestantes
Cerca de 200 manifestantes invadiram o plenário da Câmara por volta das 20h de ontem e interromperam a segunda sessão da Casa após as férias de meio de ano do legislativo municipal.
Eles reivindicam o passe livre, a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o sistema público de transporte da cidade e a saída do secretário municipal da pasta, Sérgio Benassi.
Após a invasão, os vereadores interromperam a sessão e deixaram o plenário por uma das portas de acesso ao interior do edifício.
Lucas Sampaio/Folhapress | ||
Após ação da PM, ocupação de Câmara termina com mais de 70 manifestantes detidos em Campinas, no interior de SP |
Com a chegada da PM, manifestantes bloquearam os acessos ao plenário com mesas e cadeiras dos parlamentares. Apenas a entrada da rua tinha livre trânsito de pessoas, mas policiais militares e guardas municipais passaram a impedir a entrada de pessoas no plenário, inclusive da imprensa. Apenas a saída era permitida.
Por volta das 23h30, cerca de cem manifestantes que permaneciam no local --a maioria integrantes de movimentos sociais e estudantes de universidades da região, como Unicamp e PUC -- decidiam se passariam a noite na casa legislativa ou se abandonavam o plenário quando cerca de 30 homens da Força Tática entraram no plenário.
Policiais tentaram negociar uma saída pacífica com os manifestantes por cerca de meia hora, mas eles se recusaram a deixar a Câmara pois a PM informou que todos, retirados à força ou não, seriam encaminhados ao DP para serem qualificados por dano ao patrimônio público.
Os policiais passaram, então, a retirar os manifestantes, que tentaram resistir pacificamente, um a um. Eles foram encaminhados ao 4º DP em dois ônibus fretados.
BANDIDOS
A desocupação foi feita após pedido do presidente da Câmara, Campos Filho (DEM), com o apoio de parte dos vereadores. Ele chamou os manifestantes de "bandidos" e afirmou que novos atos serão reprimidos com o mesmo rigor.
"Uma coisa é reivindicar os seus direitos. Outra é depredar", disse Campos Filho. "Eles serão responsabilizados pelos danos que causaram. Não somos contra as manifestações, mas somos contra o que aconteceu aqui, contra invadir o plenário e destruir tudo como se fosse Terra de Ninguém".
O presidente da Câmara foi enfático. "Contra essas pessoas, cadeia. É momento de fortalecer as instituições democráticas e punir quem depreda patrimônio público". Ele ressaltou que a decisão de pedir a retirada dos manifestantes foi dele, com apoio de parte dos vereadores. "Não vamos abrir mão da ordem. É saudável a participação popular, mas não assim".
"É um passo de quem não está entendendo o que está acontecendo no país", disse o vereador Paulo Bufalo (PSOL), da oposição, que propôs uma CPI para investigar o transporte público da cidade. "Ele precisa compreender o que são atos de vandalismo."
Parte dos manifestantes depredou equipamentos da Casa como mesas, cadeiras e paredes. A tribuna e a mesa diretora do plenário foram pichadas. Extintores foram usados na recepção do plenário e as câmeras de vigilância foram tampadas com panos para impedir o monitoramento da sala.
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