Após denúncia, diretor de gestão da ANS renuncia ao cargo
O diretor de gestão da ANS (Agência Nacional de Saúde), Elano Figueiredo, pediu demissão nessa quarta-feira após a Comissão de Ética da Presidência da República recomendar a sua substituição.
Ele é acusado de ter omitido em seu currículo já ter trabalhado a favor de uma operadora de saúde, a Hapvida. O diretor advogou, entre 2010 e maio de 2012, para a operadora de planos de saúde e também para o grupo Unimed.
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Comissão de Ética pediu demissão e advertência a diretor da ANS
Um levantamento do Idec (Instituto Nacional de Defesa do Consumidor) mostrou que a Hapvida foi a quarta operadora que mais negou cobertura aos seus usuários em 2012. Mas o instituto não relativizou o número de usuários da operadora, que é a terceira maior do Brasil em beneficiários, com o de reclamações.
De acordo com a ANS, que relativiza os números, a operadora está em 20º lugar no índice de reclamações entre as cem maiores.
A Comissão de Ética da Presidência investigava a conduta do diretor desde o início de agosto, quando ele assumiu o cargo. No mês passado, o Idec apresentou novos indícios de conflito de interesses na nomeação de Figueiredo.
O instituto pediu que a comissão sugerisse a exoneração dele, sob o argumento de que a omissão da informação sobre seu trabalho em defesa de operadoras de planos de saúde constitui falha ética, além do que as ocupações atual e anterior caracterizarem conflito de interesses.
Pedro França/Agência Senado | ||
Indicado para o cargo de diretor da ANS, Elano de Figueiredo pediu demissão em carta à presidente Dilma |
Citando "grave conflito de interesse", entidades médicas como Fenam, CFM (Conselho Federal de Medicina) e AMB (Associação Médica Brasileira) também pediram, em agosto, o afastamento do diretor.
Com seu pedido de renúncia, Elano escreveu uma carta de demissão destinada à presidente Dilma Rousseff. A carta foi publicada hoje no site da ANS.
"Na data de hoje, a Comissão de Ética dessa Digna Presidência da República entendeu, equivocadamente, que deveria recomendar a minha destituição do cargo em alusão, ainda que reconhecendo não haver conflito de interesses na minha situação. Com isto, mesmo convicto de que não pratiquei nenhuma irregularidade, seja ética, moral ou legal, penso que o referido pronunciamento torna insustentável a continuidade do cumprimento do meu mandato", diz Elano, na carta.
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