Brookfield admite pagamento de R$ 4,1 mi a servidores presos em SP
Um diretor de construções da Brookfield, incorporadora citada nas investigações sobre pagamento de propina para liberar imóveis novos, admitiu hoje de manhã que pagou propina ao grupo de servidores da Prefeitura de São Paulo presos na última quarta-feira.
O valor pago aos fiscais foi de R$ 4.124.658,22 para liberar 20 empreendimentos do pagamento do valor total do ISS (Imposto sobre Serviços).
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Os servidores cobravam comissões para que os empreendedores pagassem menos ISS. A quitação desse imposto é essencial para a obtenção do habite-se, a autorização oficial para o imóvel ser ocupado.
O dinheiro da Brookfield foi transferido para a empresa de um dos fiscais envolvidos, Luis Alexandre Cardoso Magalhães.
A Brookfield confessou o pagamento diante das provas apresentadas pelo promotor Roberto Bodini. Ele já conseguira na Justiça a quebra de sigilo da empresa do fiscal na qual constavam transferências de empresas controladas pela Brookfield.
Em um dos casos houve pagamento em dinheiro vivo, segundo o depoimento do diretor da Brookfield.
A incorporadora não fazia a transferência diretamente porque o imóvel era construído por uma SPE (Sociedade de Propósito Específico), cujo objetivo era fazer a obra. A Folha revelou ontem que a incorporadora está envolvida no caso das propinas.
É a segunda vez que a Brookfield aparece em escândalos desse gênero. A Brookfield aparece no chamado caso Aref, uma referência a Hussain Aref Saab, ex-diretor do Aprov, setor de Aprovação de Edificações na gestão de Gilberto Kassab (PSD). Quatro diretores da Brookfield são réus no processo, sob acusação de terem pago R$ 1,6 milhão a Aref e ao vereador Aurélio Miguel (PP). Ambos negam terem cometidos irregularidades.
A Brookfield divulgou nota em que afirma que está colaborando com o Ministério Público na investigação sobre a propina do ISS.
A incorporadora diz se considerar vítima do grupo de fiscais da prefeitura que cobrava propina para reduzir o valor do ISS pagos por prédios quando a obra fica pronta.
Segundo a nota, o diretor de construções e o funcionário da Brookfield foram ouvidos como testemunhas.
"A Brookfield São Paulo Empreendimentos Imobiliários S.A. assume o compromisso de continuar colaborando e prestando todas as informações necessárias à Justica", diz a nota.
A empresa não explicou por que não foi à polícia antes para relatar o pedido de propina.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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