Ônibus voltam a circular em Curitiba, mas greve continua
Após 18 horas de paralisação total, os ônibus do transporte público voltaram a circular em Curitiba no fim da tarde desta quarta-feira (26).
A greve de motoristas e cobradores, porém, prossegue por tempo indeterminado. A categoria pede reajuste salarial de 16% para motoristas e 22% para cobradores, mais a inflação. As empresas oferecem apenas a inflação, de 5,56%.
A partir desta tarde, 40% da frota deve operar em horário de pico, e 30% em horário normal. Amanhã, o percentual no pico deve chegar a 50%. Às 18h, já se viam os primeiros ônibus nas ruas.
A ordem para retorno foi da desembargadora Ana Carolina Zaina, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que conduziu uma audiência de conciliação hoje.
Ela estabeleceu multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento. O Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba) já havia sido obrigado pela Justiça, antes da greve, a manter pelo menos 40% dos ônibus em circulação, mas diz não ter recebido a notificação.
Quanto ao reajuste, Zaina fez uma contraproposta para os sindicatos, de 10,5% (o índice proposto pelas empresas era de 5,56%). O representante do Setransp (sindicato patronal) ficou de dar resposta até amanhã.
Uma nova audiência entre as empresas e os trabalhadores está marcada para esta quinta-feira (27), às 14h. A greve prossegue até que um acordo seja obtido.
LOCAUTE
Pela manhã, o prefeito Gustavo Fruet (PDT) levantou a hipótese de que a paralisação tenha sido feita em conluio entre trabalhadores e patrões.
"É inaceitável a gente ouvir os depoimentos sobre a forma como isso está sendo conduzido", disse à RPC TV, afiliada da Rede Globo no Paraná. "Se ficar comprovado que esta greve é uma articulação para forçar o reajuste da tarifa, vou pedir a prisão do presidente do Sindicato dos Empresários e do presidente do Sindicato dos Trabalhadores."
Os representantes sindicais negaram a suspeita durante a audiência no TRT.
A greve é mais uma das pressões sobre a tarifa de ônibus de Curitiba, hoje em R$ 2,70. Além dos motoristas e cobradores, que pedem aumento salarial, os empresários do transporte reclamam que estão acumulando prejuízos e que recebem menos do que deveriam, e os usuários se queixam da qualidade do sistema.
Por outro lado, órgãos de controle como o TCE (Tribunal de Contas do Estado) e a Câmara Municipal apontaram sobrepreço da tarifa de ônibus, que, segundo os relatórios, poderia baixar até 48 centavos com o corte de algumas despesas.
Fruet diz que está obedecendo os contratos vigentes e já manifestou irritação com a pressão pela queda da passagem. "Parece até um leilão ao contrário: quem é capaz de dar a menor tarifa?", afirmou em entrevistas recentes.
Ao mesmo tempo, o prefeito diz que "não vai permitir" uma tarifa a R$ 3,40, "como querem os empresários".
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