Falta de água faz bares vetarem copo de vidro na região da Vila Madalena
Para não deixarem os clientes a seco, bares da Vila Madalena, reduto boêmio na zona oeste de São Paulo, têm recorrido ao copo de plástico para vender cerveja.
Nos últimos dias, o bairro tem sido afetado por longos cortes no fornecimento de água, segundo comerciantes e moradores.
"Isso começou depois da Copa do Mundo", afirma o barman Francisco Alves Campos, do Galinheiro Grill, na rua Inácio Pereira da Rocha. Ele conta que as torneiras do bar secam todos os dias. "Quando chega 22h, a gente tem que buscar água em baldes para lavar os copos", diz.
Sem água por duas vezes na última semana, o gerente-geral do Boteco Coutinho, Fernando Azadinho, tem 'aposentado' a louça do bar, na rua Fradique Coutinho.
"Lavamos cerca de 800 pratos e 800 copos por dia. Depois da meia-noite, agora a gente só entrega copos de plástico", diz.
Luis Moura - 21.jul.14/Folhapress | ||
Represa do sistema Cantareira fica seco na região de Vargem, no interior de SP |
A falta d'água tem afetado a rotina dos estabelecimentos, que deixam a louça acumular até o abastecimento ser restabelecido, segundo o presidente da Savima (Sociedade Amigos da Vila Madalena), Cassio Calazans de Freitas.
Ele diz que as reclamações ainda não se generalizaram e que, embora os bares sejam os mais afetados, moradores também têm sofrido com as interrupções no abastecimento, especialmente perto das ruas Harmonia e Girassol.
"Tememos que o quadro piore com os dias, pois sabemos da situação nos reservatórios", diz. Os do sistema Cantareira, que abastece a região, enfrentam sua pior crise. Nesta sexta (25), tinham só 16,2% de sua capacidade.
De acordo com o presidente da Savima, a Sabesp disse a ele que a falta de água foi ocasionada pela redução na pressão da água.
À Folha, a empresa afirmou nesta sexta não ter recebido reclamações, mas que "de qualquer forma" aumentaria a pressão na distribuição de água da área.
ROOSEVELT
Na região central, a praça Roosevelt vem sofrendo cortes diários no abastecimento ao menos desde abril, segundo donos de teatros e bares.
"Ficamos sem água das 17h de um dia às 20h do outro. Na urgência, precisamos comprar dois galões de água mineral para lavar o banheiro", diz Eduardo Carvalho, do Espaço Parlapatões.
Há três meses, a Sabesp admitiu o problema à reportagem e disse que faria obras para resolvê-lo. Ontem (25), a companhia disse não ter recebido queixas da praça Roosevelt, mas que enviaria técnicos para vistoria.
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