Congonhas e Santos Dumont têm nova voz nos alto-falantes
Em nome da Telefônica (hoje Vivo), ela já nos informou que "esse número de telefone não existe", mesmo quando o número existia.
Agora, será a nova voz dos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, dois dos maiores do Brasil e que compõem a mais movimentada rota aérea nacional, a ponte aérea Rio-São Paulo.
"Eu era a mulher mais xingada do Brasil nessa época do esse telefone não existe'. Faz parte...", afirma Ana Paula Aquino, 40.
Desde a semana passada, Ana faz as locuções dos anúncios aos passageiros no aeroporto Santos Dumont. Em Congonhas, começa até domingo que vem (31).
A Infraero, que administra 61 aeroportos, irá estender nos próximos seis meses a voz de Ana aos demais terminais que controla no país.
"Aeroporto é um cartão de visita, gente do mundo todo passa por ele. E eu tenho paixão por aeroporto e avião, adoro", diz ela, atualmente no ar como a voz dos produtos da marca Dove.
Ana foi escolhida entre dezenas de candidatas, em uma seleção por uma empresa contratada pela Infraero para dar nova "identidade sonora" à marca.
A intenção é tornar a comunicação com os passageiros menos sisuda e formal e propor uma abordagem "positiva", a fim de melhorar a imagem que a estatal, bastante criticada, tem entre os usuários de aeroportos.
Nos últimos anos, funcionários faziam os avisos pelo sistema de som, nos dois aeroportos, sem um padrão definido para as mensagens.
Eduardo Knapp/Folhapress | ||
Retrato no aeroporto de Congonhas de Ana Paula Aquino que será a novo locutora da Infraero. |
CALOR
O trabalho esteve a cargo da produtora Zanna Sound, do Rio, que já havia feito o mesmo no início de 2013 com o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), administrado pela iniciativa privada. Lá, porém, a locutora é outra.
"Minha ideia foi criar uma identidade que toque mais o passageiro, com uma voz que seja mais próxima. As mensagens serão mais calorosas, mais atenciosas", afirma a nova locutora de Congonhas e do Santos Dumont. Para ela, os aeroportos brasileiros "têm melhorado".
Foram gravadas, inicialmente, 60 mensagens em português, inglês e espanhol, em 25 sessões de até duas horas cada uma, em um estúdio que Ana tem dentro de casa, em São Paulo.
O AVIÃO E A PISTA
Além da voz de Ana, o projeto inclui sons para identificar anúncios comerciais e de atenção, que usam instrumentos brasileiros como berimbau, violão com cordas de náilon, acordeão e cuíca.
O novo padrão sonoro será implantado inclusive nas centrais telefônicas.
Até pouco tempo atrás, quem ligava para a Infraero em Congonhas, por exemplo, ouvia, na espera, uma canção algo bossa nova que dizia "o avião, a pista... uma emoção à vista".
A intenção podia até ser boa, mas era imediata a associação com o acidente em que um Airbus da TAM varou a pista e explodiu, em 2007.
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