Doria pretende reavaliar tarifa gratuita de ônibus a idosos em SP
Guilherme Brendler/Folhapress | ||
Ônibus aguarda travessia de pedestres no Terminal Parque Dom Pedro |
Além de estudar um aumento "parcial" da tarifa de ônibus de São Paulo, a equipe do prefeito eleito João Doria (PSDB) considera fundamental promover um debate com a sociedade sobre a questão das gratuidades para usuários de transporte público.
No sistema municipal, atualmente são beneficiados com o passe livre os idosos acima de 60 anos, as pessoas com deficiência e os estudantes de baixa renda, o que representa, segundo a prefeitura, um total de cerca de 2,1 milhões de pessoas. Há, ainda, o benefício da meia tarifa para estudantes em geral.
No sistema estadual de transporte público, que inclui o Metrô, a CPTM e a EMTU (ônibus intermunicipais), além desses grupos, os desempregados também são contemplados com gratuidade nas passagens.
Uma lei municipal nesse sentido chegou a ser aprovada pela Câmara, mas a administração de Fernando Haddad (PT) congelou a implementação do benefício.
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Segundo a Folha apurou, Doria não deverá retomar essa proposta e ainda pretende colocar em reanálise outros grupos que hoje têm passe livre. Um provável primeiro alvo dessa mudança nas gratuidades são as pessoas com mais de 60 anos.
O Estatuto do Idoso, lei federal, obriga que as passagens sejam gratuitas apenas para aqueles que tenham 65 anos, mas tanto o governo do Estado quanto a Prefeitura de São Paulo estenderam o benefício por decisões políticas nos últimos anos.
"Se a cidade fosse rica, aplicaríamos um dinheiro excedente no transporte. O problema é que falta recurso para áreas prioritárias, como saúde e educação. É preciso debater as gratuidades, que, no fundo, estão na conta de quem paga a tarifa", avalia Horácio Figueira, mestre em transportes pela USP.
REAJUSTE PARCIAL
A equipe do tucano considera aumentar a passagem para um valor intermediário entre os atuais R$ 3,80 e os projetados R$ 4,40. A intenção é repassar aos usuários apenas os valores gastos pela prefeitura para cobrir benefícios e gratuidades.
Após a análise das planilhas do transporte, os técnicos da equipe de Doria concluíram que os custos adicionais para manter a tarifa congelada em 2017 chegariam a R$ 1,25 bilhão, um valor suficiente para construir mais de 30 km de corredores exclusivos para ônibus.
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