Hospital de câncer no centro de SP desativa andar por falta de verba
Ronny Santos/Folhapress | ||
Um dos quatro andares do Instituto de Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho, fechado por falta de verba |
O Instituto de Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho, em Santa Cecília, região central de São Paulo, desativou, nesta quarta-feira (26), um dos quatro andares do seu prédio após o Ministério da Saúde, sob a gestão Michel Temer (PMDB), negar aumento de R$ 1,7 milhão no repasse para os atendimentos.
Segundo o presidente da instituição, Sérgio Innocenzi, até o fim desta semana mais um andar deverá ser fechado, totalizando a desativação de 33 dos 72 leitos instalados. Com a negativa de incremento no valor de repasse, o hospital deixou de atender, entre segunda (24) e quarta, 56 pessoas.
Na última quarta-feira (19), o hospital chegou a retomar o ritmo normal de atendimento após uma sinalização de que o reajuste do governo federal aconteceria, mas retomou a paralisação na segunda-feira após recuo do ministério.
"Na última semana tivemos a informação que o Ministério da Saúde estaria assinando o teto para o aumento. Eu tive a confirmação na quarta-feira e na segunda-feira seguinte eu tive a informação que o ministério não iria fazer. Como não houve o cumprimento da outra parte, nós imediatamente retomamos a suspensão dos novos atendimentos", disse.
Segundo o presidente do instituto, os funcionários do centro médico estão ligando para os pacientes para informar sobre a suspensão e evitar que eles sejam dispensados apenas ao chegar para a internação. "Os pacientes são orientados a voltar para as suas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e esperar por um encaminhamento novo", disse Innocenzi.
CIRURGIAS
Além da desativação dos leitos, o centro médico diminuiu em mais de 50% o total de cirurgias nos últimos meses. Antes da crise, 250 pessoas eram operadas na unidade por mês. O número mensal agora caiu para 120.
"Estamos sendo procurados por planos de saúde e a solução para evitar demissões de funcionários será deixar de atender 100% de pacientes do SUS e passar a realizar também atendimentos particulares", disse.
A situação já havia sido mostrada em reportagem do jornal "Agora" no último dia 13 de abril. Na ocasião, a prefeitura, da gestão João Doria (PSDB), disse que estava arcando com a internação de apenas 130 pacientes contratados por mês. A unidade realiza, em média, 264 internações.
RESPOSTA
O Ministério da Saúde não disse se vai ampliar em R$ 1,75 milhão o valor de repasse para o Instituto de Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho.
Segundo a pasta, desde 2007, vem repassando recursos específicos para o instituto referentes a habilitações de serviços e incentivos federais que hoje totalizam R$ 2,8 milhões por ano.
O texto afirma ainda que o ministro da Saúde, Ricardo Barros, recebeu no último dia 6 de abril, em Brasília, os diretores da unidade para entender quais as dificuldades financeiras enfrentadas pela instituição atualmente e avaliar formas de garantir a continuidade dos serviços prestados.
O secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, já havia dito que os pacientes não atendidos na unidade serão encaminhados para outros hospitais, que possuem vagas para o atendimento.
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