Airbus pagará R$ 30 milhões a famílias de acidente da TAM de 2007
Parentes de vítimas do acidente da TAM ocorrido em 2007 receberão R$ 30 milhões em indenizações da empresa fabricante de aeronaves Airbus. O acordo entre as partes foi homologado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no último dia 13 de novembro.
O acordo beneficia 93 parentes de 33 vítimas do acidente, que deixou 199 mortos.
Segunda Gabriela Ristow, advogada representante das famílias, os valores a serem recebidos por cada uma vão de R$ 100 mil a R$ 4 milhões. A variação se deve ao fato de que, em alguns casos, os advogados pediram apenas indenização por danos morais e em outros, a defesa considerou que a família dependia financeiramente da vítima.
A TAM, que operava o voo, chegou a pagar indenizações às famílias. Posteriormente, por meio de um escritório de advocacia americano, o grupo de famílias beneficiado pelo acordo homologado em novembro decidiu também processar a Airbus em razão de falhas mecânicas na aeronave. O processo teve início em 2011.
Na noite de 17 de julho de 2007, um Airbus 320 da TAM não conseguiu parar ao tentar pousar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, atravessou a pista e colidiu com um prédio da própria companhia aérea. No acidente, 199 pessoas morreram.
O acordo vem mais de dez anos após o acidente. Até hoje, ninguém foi responsabilizado.
Procurada, a Airbus confirmou que chegou a um acordo com os parentes, mas disse disse que o acidente não foi causado por nenhuma falha relacionada à aeronave. "O acordo não implica de nenhuma maneira em um reconhecimento de culpa por parte da Airbus", diz a empresa, em nota.
A Airbus não comentará os detalhes do acordo "em respeito à privacidade das famílias das vítimas". Disse ainda se solidariza com elas.
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Cronologia
17.jul.07
Acidente com o voo JJ 3054 da TAM no aeroporto de Congonhas mata 199 pessoas
Out.09
PF e Cenipa (órgão que investiga acidentes aeronáuticos) terminam suas investigações paralelas
Jul.11
Ministério Público apresenta denúncia contra três executivos, dois da TAM e uma da Anac
Ago.13
Começam os depoimentos dos três acusados
Mai.15
Justiça nega acusação em primeira instância
Jun.17
Justiça nega recurso da acusação em segunda instância
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Os acusados
TAM
Alberto Fajerman, ex-vice-presidente, e Marco Aurélio Miranda, ex-diretor de segurança
Acusação: não fiscalizar devidamente a tripulação e não ter redirecionado o avião para outro aeroporto, sabendo que no dia anterior houve um incidente na mesma pista com outro avião
ANAC
Denise Abreu, ex-diretora da agência de aviação civil
Acusação: ter induzido equivocadamente a Justiça a liberar a pista de Congonhas para aeronaves com reversor quebrado, caso do avião da TAM
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Como foi o acidente
Google maps/Editoria de Arte/Folhapress | ||
1. 17h16
Airbus- A320 da TAM parte de Porto Alegre com 187 pessoas a bordo
2. 18h40
Torre de controle diz ao piloto que a pista está molhada e que é preciso pousar com cautela (chovia naquela hora). Às 18h44 pouso é autorizado e, às 18h50, é iniciado
3. Airbus toca a pista
A aeronave toca o solo da pista de Congonhas. O ideal é que esse procedimento ocorra a 300 m do início da via (que tem 1.940 m)
4. 'Vira, vira, vira agora'
Vozes de dentro da cabine da tripulação do avião dizendo 'vira, vira, vira agora' são escutadas por controladores da torre de controle
5. Colisão com prédio
Sem conseguir desacelerar, avião faz uma curva à esquerda. Depois, atravessa a avenida e bate em um prédio da TAM
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Câmera do aeroporto
Divulgação/Editoria de Arte/Folhapress | ||
Em alta velocidade, avião atravessa em três segundos um trecho que outros levavam 11 segundos
Divulgação/Editoria de Arte/Folhapress | ||
No canto esquerdo da imagem, aparece um clarão junto à aeronave, ainda na pista
Divulgação/Editoria de Arte/Folhapress | ||
Após a colisão com o prédio da empresa, é possível notar a luminosidade da explosão
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Explicações
Condições
O avião da TAM estava com uma das duas turbinas sem reversor, sistema que ajuda a frear –o que não o impedia de voar
Manetes
As turbinas são controladas por duas manetes, que podem ser colocadas pelo piloto em três posições
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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Hipóteses
1. Falha no avião
Uma falha no sistema de potência das turbinas teria deixado uma delas em aceleração, enquanto a outra tentava parar o avião (independentemente de como o piloto posicionou as manetes)
2. Falha humana
Sob pressão de pousar com chuva e sem reversor, o piloto teria feito um procedimento diferente do usual, não se atentando ao fato de ter deixado uma das manetes em modo aceleração
Fontes: Anac, Justiça Federal, Aeronáutica e Infraero
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