Segundo turno põe à prova tabu de 12 anos na região Ribeirão Preto
O PT não consegue vencer as eleições presidenciais na região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) desde 2002, quando os principais candidatos eram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o agora senador eleito José Serra (PSDB).
O tabu, a depender do resultado do primeiro turno -quando o candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, venceu em 88 das 93 cidades-, será difícil de ser quebrado neste domingo (26).
Nem os dois partidos esperam resultado diferente. Apesar da disputa "à unha" de tucanos e petistas pelo voto dos indecisos, com campanha intensa nesta última semana, as siglas esperam apenas leve melhora no desempenho de seus candidatos.
O PT quer amenizar o resultado da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff, que perdeu nas dez maiores cidades da região. Em quatro municípios -Ribeirão, São Carlos, Sertãozinho e Jaboticabal- ela ficou ainda em terceiro lugar, atrás de Marina Silva (PSB).
Edson Silva/Folhapress | ||
Militantes de Ribeirão Preto em campanha para a presidente e candidata do PT, Dilma Rousseff |
Já o PSDB, apesar da situação mais confortável, quer aumentar o percentual do candidato Aécio, especialmente onde a votação ficou abaixo de 50% -São Carlos, Araraquara, Barretos, Sertãozinho e Matão.
Tanto tucanos quanto petistas passaram a última semana tentando convencer sobretudo os eleitores de Marina a votar em seu candidato. A estratégia é ignorar aqueles com voto definido e centrar fogo nos indecisos.
"A participação é feita de grão em grão. Precisamos fidelizar o eleitor e conquistar o indeciso", disse Mariana Jábali, integrante do PSDB.
A estratégia petista foi levar ao eleitor informações sobre as benfeitorias do governo federal para Ribeirão. "Vamos assumir a Dilma?", dizia um militante do PT, que entregava um jornal de quatro páginas com obras do governo federal em Ribeirão.
Na quinta (23), um comício foi realizado com a presença do vice-presidente Michel Temer (PMDB). A prefeita Dárcy Vera (PSD) assumiu o papel de cabo eleitoral depois de passar pela campanha quase sem aparecer ou pedir votos para Dilma.
Para dirigentes do PT, a rejeição ao partido deve-se ao fato de Ribeirão ser uma cidade "conservadora". "Também não temos uma tradição no movimento sindical", disse o coordenador de campanha José Alfredo Carvalho.
"Temos clareza da dificuldade de Dilma", disse o presidente do PT de Franca, Marcial Inácio da Silva. Mas os tucanos fazem outra avaliação. "O governo do PT aqui em Ribeirão não agradou", disse Mariana.
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