Reunião acaba sem acordo e professores decidem se greve continua
Uma nova rodada de negociação entre professores e reitores das universidades públicas de São Paulo terminou sem acordo na tarde desta quinta-feira (3). Professores já estão em greve desde o dia 27 de maio.
O Cruesp, conselho que agrega os reitores das três instituições, reafirmou a posição de adiar a discussão sobre o reajuste de salário para os meses de setembro e outubro –quando historicamente há maior arrecadação do ICMS, fonte da maior parte dos recursos que alimenta o ensino superior paulista.
"Acho que existe uma diferença na forma de falar: eles [grevistas] dizem arrocho, e nós dizemos que estamos adiando o dissídio para o segundo semestre", afirma a presidente do Cruesp, Marilza Rudge.
Reitores alegam incapacidade financeira para aumentar salários neste momento.
A USP tem mais de 105% do orçamento recebido do tesouro estadual comprometido com pagamento de pessoal.
Unicamp e Unesp têm, respectivamente, 96,7% e 95,1% dos repasses do Estado empenhados com funcionários e professores.
Rudge afirma que chegou a analisar a possibilidade de um aumento de 5% na Unesp, onde ela é vice-reitora, mas percebeu que ficaria com poucos recursos para administrar a universidade depois disso.
O reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, já havia se pronunciado publicamente favorável a um reajuste de 5,2%.
Durante a reunião, também foi decidido que as universidades deverão disponibilizar informações orçamentárias e financeiras. Uma das reclamações de grevistas é a falta de transparência da contabilidade das instituições.
Neste momento, o Fórum das Seis, que agrega entidades ligadas a professores e funcionários, está reunido em assembleia para decidir sobre o futuro da paralisação.
O encontro, que começou às 16h e foi até por volta das 18h, aconteceu na rua Itapeva, na sede do Cruesp. Além da presidente do conselho, Marilza Rudge, estavam presentes o reitor da Unicamp e o vice-reitor da USP, Vahan Agopyan. Entre grevistas, compareceram cerca de 20 pessoas ligadas ao Fórum.
Em 2013, o reajuste concedido foi de 5,39%, equivalente à inflação medida pela Fipe entre maio de 2012 e maio daquele ano.
A reivindicação atual é por aumento de 6,78% correspondentes à inflação do período medida pelo Dieese e mais 3% para reposição de perdas.
O salário de um professor titular, em regime de dedicação integral, na USP é mais de R$ 13,6 mil.
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