Grupos vão propor novo modelo de financiamento estudantil ao MEC
Os principais grupos de ensino superior privado do país preparam a proposta de um novo modelo de financiamento estudantil. Pretendem apresentá-la ao Ministério da Educação até o fim de maio.
A ideia é capitaneada pela Abraes (Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Ensino Superior), que contratou o economista Samuel Pessôa, colunista da Folha, para elaborar o projeto.
Segundo Pessôa, o plano é tentar desenhar um modelo de financiamento duplo.
Uma parte teria subsídio pesado do governo, mas adotaria critérios de renda para selecionar os candidatos muito mais rígidos do que o atual.
"Seria realmente voltado para a camada mais pobre da população, para as classes D e E, ou apenas para a E."
Atualmente, o teto de renda familiar mensal estabelecido pelas regras do Fies é de 20 salários mínimos.
Modelo australiano
O outro pilar do modelo contaria com participação maior do setor privado na concessão dos empréstimos e cobraria juros mais altos do que o primeiro.
Para que fosse atraente para os investidores, esse financiamento teria como foco uma camada da população com renda mais elevada, que pudesse, por exemplo, pagar parte dele ao longo do curso.
Um modelo estudado por Pessôa -que reduz o risco do financiamento para o credor- é o australiano, em que as parcelas futuras do empréstimo são estabelecidas como proporção do Imposto de Renda que o beneficiário, já formado e no mercado de trabalho, pagará. (EF e FT)
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