Estudo gaúcho mapeia atraso no desenvolvimento infantil
Uma em cada cinco crianças tem algum tipo de atraso no desenvolvimento infantil por problemas na gestação ou nos primeiros meses de vida, segundo estudo da Universidade Federal de Pelotas (RS) com 3.000 bebês da região.
O problema engloba atrasos motores, na fala, no crescimento e na aprendizagem.
Os pesquisadores gaúchos acompanharam bebês nascidos em 1982, 1993 e 2004. Na última década, a taxa de crianças de um ano com atraso no desenvolvimento passou de 37,1% para 21,4%.
"Mas, mesmo com a queda, os números são preocupantes", diz Alicia Matijasevich, professora da USP e uma das autoras do estudo.
O estudo também mostrou que fatores como baixo nível de escolaridade da mãe, diabetes na gestação e prematuridade podem aumentar em mais de duas vezes as chances de a criança ter atraso no desenvolvimento.
Por ano, 26 mil crianças morrem antes de completar 30 dias de vida; e há 450 mil crianças com déficit de estatura por causa de desnutrição no país, segundo o Ministério da Saúde.
Baixa estatura até os dois anos de idade pode indicar danos irreversíveis na vida adulta, como menores níveis de escolaridade e menor renda, segundo estudo publicado na revista médica "Lancet". Em países desenvolvidos, como a Alemanha, o índice não chega a 6%. Na África, está em 40%.
Nesta segunda-feira, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) lançará edital para projetos que proponham medidas inovadoras para o desenvolvimento infantil. A iniciativa, da Fundação Bill & Melinda Gates e do Ministério da Saúde, oferecerá até R$ 10 milhões para as pesquisas.
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