Maior astro do atletismo em Pequim, Bolt rebate acusações de doping
Após conquistar três ouros nos Jogos Olímpicos de Pequim, com três recordes mundiais, o velocista jamaicano Usain Bolt disse que a melhor de todas as Olimpíadas para a Jamaica é resultado de trabalho duro, e não de doping.
"Não gostaria que alguém viesse insinuar que não seja apenas puro talento, adequadamente treinado, adequadamente dirigido e adequadamente apresentado, e que agora está colhendo as recompensas por todo esse trabalho duro", disse Bolt neste sábado.
A sensacional performance do atleta de 22 anos, vencendo os 100 m rasos, os 200 m rasos e também o revezamento 4 x 100 m, todos com recordes mundiais, no Ninho de Pássaro, colocaram a Jamaica no topo da lista de países que dominam as provas do atletismo.
O sucesso de Bolt e seus companheiros de equipe recordistas, no entanto, foi alvo de insinuações de que a Jamaica teria desenvolvido um sistema que anula o exame antidoping.
"Nós fomos muito testados. Eu passei por testes quatro vezes antes mesmo de começar a correr", insistiu Bolt.
"Tenho passado por testes tantas vezes em competição que já perdi a conta. Nós sabemos que somos bons e nós sabemos que estamos limpos. Trabalhamos muito e toda vez que quiserem nos testar, podem testar", acrescentou.
O chefe de missão Don Anderson também defendeu os atletas.
"Foram conduzidos 32 testes em atletas jamaicanos nas últimas três semanas aqui em Pequim. Mais de 25 de nossos atletas foram testados, o que representa 50% da delegação", afirmou Anderson.
"Todas as medalhas ganhas por Usain Bolt e seus companheiros vieram depois dos testes por todas as entidades envolvidas com antidoping. Por isso, pelo que posso dizer, isso é prova mais que adequada."
Polêmica
Depois do recorde mundial de Bolt nos 200 m rasos, e com um mau desempenho da equipe norte-americana de atletismo, a manchete do site do jornal "The New York Times" era: "Enquanto recordes caem, suspeitas de doping continuam".
A Jamaica não tem sistema antidoping próprio, como alguns dos maiores países rivais da pista, mas veio trabalhando com apoio da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) para fazer mais de 90 testes na ilha, ainda antes dos Jogos.
Michael Fennell, presidente do Comitê Olímpico da Jamaica, disse que leva muito a sério a preocupação antidoping e que a situação está sendo trabalhada efetivamente em seu país.
"O que mais nos faz rir são algumas pessoas neste mundo que não aceitam que outros possam ser tão bons, também", disse Fennel.
"Nós somos bons já há um bom tempo. A qualidade de nossos técnicos e o talento que temos só está aparecendo agora e justificando nosso lugar como país líder do atletismo no mundo", acrescentou.
Com agências internacionais
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