Sauna gelada esquenta planos para a Copa-14
É como uma sauna, mas em vez de fazer suar de calor faz tremer de frio. A máquina se chama criossauna, espécie de sauna à base de nitrogênio líquido que submete atletas a -110ºC. A tecnologia da crioterapia extrema chega a temperaturas que nem a Antártida costuma atingir _ a mínima é cerca de -65ºC.
A criossauna é o primeiro produto brasileiro desse tipo. Ela será oferecida às cidades sede durante a Copa e a Olimpíada. A tecnologia é amplamente usada na Europa em atletas olímpicos e pilotos de F-1, como Mark Webber.
O princípio já é aplicado aqui, mas de forma bem mais rudimentar: o atleta fica dentro de uma banheira de gelo, por mais de 20 minutos. E haja paciência para aguentar o frio e a queimação.
O tratamento, seja na criossauna, seja na banheira de gelo, visa evitar lesões e inflamações, além de diminuir a dor após o esforço.
"É como se todo aquele benefício que se tem ao ficar no gelo por meia hora pudesse ser concentrado em dois ou três minutos", afirma o pesquisador Tiago Melo, que há dois anos desenvolve o aparelho.
Outro benefício é literalmente esfriar o ânimo de atletas antes de competições e combater a ansiedade.
A criossauna foi feita no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico, da Universidade de Brasília, e está em fase final de testes.
"O Brasil ser o país do futebol ganha uma outra dimensão com a Copa. É a oportunidade de investir em tecnologia esportiva no país, que ainda é muito defasada", diz Gabriel Montenegro, parceiro de Melo na empreitada.
A primeira unidade deve ficar pronta no segundo semestre e ainda não foi definido preço do aparelho nem da sessão. Na Europa, cada sessão custa cerca de R$ 150.
Alan Marques/Folhapress | ||
O triatleta Fabiano Santos dentro da camara de criossauna, na UnB |
MODO DE USAR
De longe já é possível sentir o ar gelado que se espalha pelo ambiente, a partir de uma câmara branca que libera uma espécie de vapor frio.
Para entrar na criossauna, é preciso secar o corpo antes. Qualquer gota de suor pode formar cristais de gelo no corpo do usuário. O traje é o de banho, com direito a luvas e proteções nos pés e mãos. Só o pescoço fica fora do aparelho. A máquina passa, então, a gelar cada vez mais --começam assim os três minutos mais longos do dia do atleta.
Segundo o triatleta Fabiano Santos, que participou dos primeiros testes, a sensação é de "congelar" o músculo. "A perna fica gelando pelo resto do dia. Aguento uma maratona, mas não consigo ficar por muito tempo congelado na máquina. O músculo fica duro, como vidro", diz.
A frequência de exposição ao tratamento deve ser determinada por médico ou fisioterapeuta, e três é o número máximo de sessões por dia.
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