Ministério Público vai investigar denúncias contra Aidar no São Paulo
O Ministério Público de São Paulo aceitou um pedido para investigar denúncias de desvios de dinheiro da gestão de Carlos Miguel Aidar no São Paulo.
O ex-presidente renunciou ao cargo no dia 13 de outubro em meio a acusações de corrupção. Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, foi quem assumiu interinamente e depois de forma definitiva, em eleição realizada no Morumbi.
"Eu fui procurado por alguns conselheiros e fizemos uma representação ao Ministério Público. Pedimos a abertura de uma coisa que se chama Pic, que é um procedimento incriminatório criminal. A gente pediu que fosse para uma pasta especializada, para investigar lavagem de dinheiro. Temos muitos elementos", afirmou o advogado Marco Vinício Petreluzzi, em contato com a reportagem.
De acordo com o autor da representação, foi o procurador geral, Márcio Elias Rosa, quem aceitou o pedido, nesta quinta-feira (28). A investigação vai ficar a cargo do Grupo de Delitos Econômicos de Lavagem de Dinheiro –o promotor responsável ainda não foi nomeado.
Procurada, a assessoria de imprensa do Ministério Público confirmou que houve a representação e que a investigação deve começar na segunda-feira.
DENÚNCIAS
Aidar renunciou após uma briga com seu vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, durante uma reunião entre dirigentes do clube, em um hotel de São Paulo. Guerreiro afirmava que Aidar era desonesto e gravou uma conversa, em que Aidar sugere dividir uma comissão pela compra do zagueiro Gustavo, da Portuguesa.
Ataíde e Aidar ainda falaram sobre o contrato de comissionamento com a marca esportiva Under Armour para a namorada de Aidar, Cinira Maturana.
De acordo com a documentação apresentada aos conselheiros do São Paulo, o valor que ela teria recebido é de R$ 6 milhões, em parcelas semestrais de R$ 500 mil, por meio de sua empresa, a TML Foco, que tem sede no Rio. Entre as razões sociais da companhia está a intermediação de negócios.
André Lucas Almeida-25.nov.2014/Futura Press/Folhapress | ||
Carlos Miguel Aidar e sua namorada, Cinira Maturana, durante treino do São Paulo, em 2014 |
A negociação com a empresa de material esportivo também gerou outra suspeita, devido a um contrato firmado entre o clube e a empresa chamada Far East, de Hong Kong, com pagamento de comissão de R$ 18 milhões por intermediar o acordo. Posteriormente, o Conselho do clube não aprovou e a empresa não cobrou o valor.
Outra denúncia contra Aidar envolve a contratação do zagueiro Iago Maidana. O São Paulo comprou 60% dos direitos de Maidana do Monte Cristo, clube da terceira divisão goiana, por R$ 2 milhões, apesar do valor da multa ser R$ 50 mil.
A compra ocorreu dois dias depois de o Monte Cristo comprá-lo do Criciúma por R$ 400 mil. O São Paulo e o jogador foram punidos.
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