STJD volta atrás e suspende anulação de Flá-Flu
O presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Ronaldo Piacente, aceitou no início da noite desta quinta (20) o pedido de reconsideração da procuradoria do órgão e cancelou o julgamento da impugnação do Flá-Flu da semana passada.
No seu despacho, Piacente disse que não foi provado "interferência externa" na decisão do árbitro Sandro Meira Ricci, que anulou o segundo gol do Fluminense.
Os advogados do time tricolor carioca apresentaram um vídeo afirmando que o árbitro anulou o gol após o inspetor da arbitragem Sérgio Santos ter comunicado sobre o lance.
No vídeo, segundo uma leitura labial realizada pelo programa "Esporte Espetacular", da Rede Globo, Santos teria dito "a tv sabe, a tv sabe que não foi gol".
Na sua decisão, o presidente do STJD alegou que o inspetor foi "categórico" ao negar aos procuradores do tribunal ter dado a declaração.
"Diante disso, a presente impugnação, se mostra ausente de motivo justo a ensejar o deferimento do seu processamento, qual seja, a inexistência de interferência externa na decisão do árbitro", afirmou Piacente.
O gol de Henrique foi marcado no final do segundo tempo. Inicialmente, o árbitro deu o gol para o Fluminense, apesar de o auxiliar ter sinalizado impedimento. Após protestos dos flamenguistas, ele voltou atrás e anulou o gol. A decisão paralisou a partida por quase 13 minutos.
A decisão de Piacente é um recuou. Ao aceitar o pedido do Fluminense na segunda (17) de impugnar o jogo, ele disse que via "elementos robustos" na justificativa do tricolor carioca.
Com a decisão desta quinta, o STJD determinou que a CBF computasse os três pontos obtidos pelo Flamengo. O clássico foi vencido pelo clube rubro-negro por 2 a 1.
Divulgação/Flamengo | ||
Jogadores do Flamengo comemoram vitória contra o Fluminense por 2 a 1 |
Com 64 pontos, o Palmeiras está agora quatro pontos na frente do Flamengo.
Ao recuar, Piacente acatou um pedido do procurador-geral do STJD, Felipe Belivacqua. Duas horas antes, ele entrara com um pedido de reconsideração da decisão de segunda do órgão, que marcara o julgamento.
De acordo com a procurador, a prova apresentada pelo Fluminense era "sensivelmente precária".
Na quinta (19), o Flamengo pediu também o cancelamento do julgamento.
Segundo o advogado da Gávea, Michel Assef Filho, "não há prova que houve intenção do árbitro de infringir as regras do jogo".
Apesar de o STJD ter arquivado a impugnação do clássico, o árbitro deverá ser punido no tribunal. A procuradoria pretende oferecer denúncia contra Ricci na próxima semana.
O CASO
Derrotado por 2 a 1, no clássico de quinta (13) pelo Flamengo, o Fluminense reclama de um suposto uso de interferência externa na anulação do gol de Henrique, que decretaria o empate com o rival.
No momento do gol, o auxiliar anulou a jogada, mas mudou de ideia após conversar com o árbitro. Depois de muita pressão dos jogadores flamenguistas, o trio voltou a mudar de opinião e anulou novamente o lance.
O clube tricolor acusa pessoas que não estavam envolvidas com o jogo de informar o árbitro da partida que imagens da televisão comprovam o impedimento do zagueiro. Segundo advogados do Fluminense, isso configuraria uma interferência externa, que não é prevista na regra do futebol.
Na última segunda-feira, o STJD havia aceito o pedido de anulação da partida a pedido da agremiação. Assim, o órgão determinou que a CBF suspendesse o resultado da partida até o julgamento.
O procedimento era padrão quando o tribunal analisa uma requisição de impugnação de jogo.
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