Empresário responsável por reforços é braço direito de presidente do Santos
Cléber, Vladimir Hernández e Bruno Henrique têm em comum bem mais do que o fato de serem os principais investimentos do Santos para esta temporada. Eles representam, diretamente, a influência do agente com maior trânsito na Vila Belmiro.
Luiz Taveira, 61, é o dono da bola no Santos. O empresário que participou das negociações de mais de um time de jogadores para o clube desde 2015 carrega hoje nos bastidores a fama de ser o homem de confiança do presidente Modesto Roma Júnior.
"O Taveira é um chato, por isso consegue negociar. Ele tanto insistiu que trouxe o Ricardo Oliveira", lembra o mandatário.
Oliveira foi uma espécie de marco para o agente. Taveira convenceu os dirigentes a oferecerem um contrato curto, de cinco meses, ao veterano camisa 9 em 2015. Em pouco tempo, o centroavante correspondeu e alavancou o seu moral.
Já no primeiro ano de gestão, de acordo com relatório do conselho fiscal santista, órgão fiscalizador interno do clube, Taveira foi o segundo agente que mais ganhou comissões. A principal verba foi na própria renovação de contrato do camisa 9: R$ 460 mil. Ele ainda aparece em outros dois negócios.
"O mínimo que ganhamos por comissão é 3%, mas a média é 7%. Me considero abaixo da média de preço, pois peço 5%", conta o agente. Modesto ainda disse que, dependendo da negociação, Taveira sequer recebe.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
A relação entre os dois, por sinal, é curiosa. Ambos dizem não serem amigos pessoais e que há somente "confiança profissional". Eles se conheceram em 2015, mas têm ligação importante desde as eleições. Taveira diz ter conseguido 208 votos para Modesto.
"A minha situação com o Santos é diferente da que o clube têm com outros empresários. Existe uma definição de confiança no meu trabalho. Se o Santos quer algo, procuro ir resolver, mas não determino nada", explica.
A ajuda, entretanto, não está relacionada a dinheiro ou troca de favores, de acordo com ambos. Modesto cita que fez "uma campanha barata" e que Taveira tem "escorpiões no bolso", rechaçando a possibilidade de ter colocado valores para elegê-lo.
O empresário foi jogador profissional de clubes pequenos, mas parou precocemente, aos 22, por uma lesão ligamentar no joelho. Depois, trabalhou como comerciante vendendo livros e em uma confecção de roupas até conhecer Alexandre Bueno, também ex-jogador e empresário na Baixada Santista.
Ele diz se considerar um intermediário. Conta que a relação direta com clientes fixos já lhe geraram desgastes como nos casos do atacante Zé Love e do zagueiro Alex Silva.
Natural de Bauru, apesar de morar em Santos há 53 anos, tinha raros negócios feitos com o clube. O principal deles envolvendo Zé Love, entre 2010 e 2011.
Mas nem tudo são flores, a relação levanta seus questionamentos. O conselho fiscal do clube já questionou o recebimento de comissões pela empresa do jogador Ceará, seu cliente, atualmente no Internacional.
Taveira ainda registrou, logo no início da gestão de Modesto, o atacante Thiago Brito. Pouco depois, ele foi encaminhado para ser negociado com o futebol do Kuwait. A operação foi chamada por muitos como "barriga de aluguel".
O agente já se defendeu publicamente das acusações e acredita que os problemas citados são frutos de interesses políticos no clube, que passa por eleições em dezembro. O Conselho santista, por meio de seu presidente, afirmou não ter recebido nenhuma denúncia no período.
Divulgação - 06.fev.2017/SantosFC | ||
Apresentação do atacante Bruno Henrique, um dos reforços santistas ligados ao empresário Luiz Taveira |
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