Grande e velho, estádio palco da 1ª Copa sofre para pagar as contas
Em uma época de arenas, o futuro do tradicional Estádio Centenário é preocupante. Erguido a toque de caixa para a Copa do Mundo de 1930 (quando foi uma das sedes, apesar de inacabado), o campo, que tem a mesma estrutura da inauguração, é cada vez menos usado pelo futebol local, apesar de ser a casa da seleção uruguaia.
Em 2015, 72 partidas foram jogadas no local. No ano passado, o número caiu para 38.
O Centenário, "monumento histórico do futebol mundial" desde 1983, não tem mais a preferência de Nacional e Peñarol, as duas principais equipes do país.
O Nacional realiza reforma no Parque Central, o estádio mais antigo da América –inaugurado em 1900– e que também foi utilizado no Mundial de 30, para aumentar a capacidade. O Peñarol inaugurou no ano passado o "Campeão do Século", arena próxima ao aeroporto.
Administrado pela cidade de Montevidéu e pela Cafo (Comissão Administradora do Field Oficial), entidade criada para zelar pelo Centenário, o estádio precisa de US$ 100 mil (cerca de R$ 310 mil) por mês para funcionar.
Clubes menores do país o requisitaram para mandar jogos do Campeonato Uruguaio contra Peñarol ou Nacional, que atraem maior torcida. Mesmo assim, saíram da experiência com prejuízo.
Os 60 mil ingressos para a partida desta quinta, contra a Argentina, estão esgotados.
Isso deve dar fôlego financeiro para a administração. Shows de música têm ajudado, mas não são tão frequentes. Concerto dos Rolling Stones, em 2015, rendeu para o estádio US$ 700 mil (R$ 2,2 milhões em valores convertidos).
"Com menos partidas, fica difícil conseguir o dinheiro para manter o funcionamento de tudo e pagar os 34 funcionários", diz Enrique Baldrich, presidente da CAFO, que administra o estádio.
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