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Bósnios garantem 20ª Copa com seleção estreante

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Como em todas as 19 edições anteriores, a Copa do Mundo de 2014 também terá ao menos uma seleção estreante. A Bósnia-Herzegóvina jogará no Brasil seu primeiro Mundial.

Sua classificação foi conquistada fora de casa, nesta terça-feira, com uma vitória por 1 a 0 sobre a Lituânia, na última rodada das eliminatórias europeias.

A Grécia superou Liechtenstein por 2 a 0 e também chegou aos 25 pontos, mas, com desvantagem de 16 gols de saldo, ficou no segundo lugar do Grupo G e irá à repescagem, junto com Portugal, França, Croácia, Suécia, Romênia, Ucrânia e Islândia.

Os bósnios já haviam ficado perto de ir à Copa em 2010, mas foram derrotados por Portugal na repescagem, assim como ocorreu no qualificatório da Eurocopa de 2012.

Sua melhor posição no ranqueamento mensal da Fifa foi a 13ª posição, em agosto. Em seguida, o time caiu para a 18ª.

Agora, foi realizado o sonho do jovem país, que só se tornou independente após uma guerra que durou de 1992 a 95 na então Iugoslávia.

Os jogadores que classificaram a Bósnia são mais velhos do que o próprio país e tiveram suas vidas transformadas pelo conflito. Nove deles migraram para outros países ainda crianças, e alguns defenderam outras seleções.

Valda Kalnina-15.out.13/Efe
Os bósnios Lulic, Dzeko e Ibisevic, autor do gol da classificação, durante o jogo na Lituânia
Os bósnios Lulic (à esquerda), Dzeko e Ibisevic, autor do gol da classificação, durante o jogo na Lituânia

"Não desejo a ninguém uma guerra, que deixa lembranças tristes e muito sofrimento. Eu a vivi até o fim, depois me transferi para a Suíça com minha família. Mas as recordações daquele período ruim viverão sempre dentro de mim", disse à Folha o meia e lateral esquerdo Senad Lulic, 27, da Lazio, antes da classificação.

"Foi um momento muito difícil para minha família. Tivemos que começar uma nova vida em um país diferente, e isso nunca é fácil", contou o goleiro Asmir Begovic, 26, do inglês Stoke City, que se mudou para a Alemanha e, mais tarde, ao Canadá, cuja seleção ele representou no Mundial sub-20 de 2007.

O meio-campista Haris Medunjanin, 28, do turco Gaziantepspor, fugiu da capital Sarajevo aos 7, com a mãe e a irmã, rumo à Holanda. Seu pai morreu na guerra. Ele sagrou-se campeão europeu sub-21 de 2007 com a seleção holandesa que bateu exatamente a Sérvia por 4 a 1 na final.

Astro da Bósnia, o atacante Edin Dzeko, 27, do Manchester City, já relatou falta de comida e terror na infância, durante tiroteios e bombardeios. Após sua casa ter sido destruída, ele e mais de dez parentes viveram num apartamento de aproximadamente 35 metros quadrados.

Em 2009, ele tornou-se embaixador da Unicef.

"Muitas pessoas morreram só por causa de política. Agora vivemos com todas as religiões juntas de novo. Aquela guerra foi absolutamente desnecessária e nos deu somente dor e sofrimento", avaliou o meia Senijad Ibricic, 27, do Kayseri Erciyesspor, da Turquia.

O declínio dos blocos socialistas no fim da década de 1980 e as rivalidades étnicas, religiosas e políticas motivaram três das seis repúblicas iugoslavas a se separarem.

A Eslovênia afastou-se pacificamente em 1991, mas Croácia e Bósnia enfrentaram a resistência dos sérvios.

Pelo menos 100 mil pessoas morreram entre 1992 e 1995, em território bósnio. Mais de um milhão se refugiou em outros países.

A Macedônia não demorou para também declarar independência. Em 1999, a tentativa da província de Kosovo foi reprimida.

Políticos e militares foram condenados em tribunais internacionais por crimes contra a humanidade nesses conflitos nos Bálcãs.

Só em 2006, Montenegro e Sérvia se separaram.

TEMPO DE COMEMORAÇÃO

Nesta terça, a população fez festa nas ruas de Sarajevo.

"A seleção bósnia é muito importante para o povo. Temos grandes fãs no país, a atmosfera nos jogos em casa é sempre incrível. Cada jogador adora atuar pela Bósnia, não só por causa da euforia durante essa campanha nas eliminatórias", disse o volante Adnan Zahirovic, 23, do Bochum, da Alemanha.

O goleiro Begovic afirmou que eles não pretendem ser figurantes no Brasil. "Queremos ser competitivos o quanto possível e ver aonde podemos ir. Temos boa qualidade no time e desejamos o sucesso".

O treinador da seleção bósnia é Safet Susic, 58, que se destacou como meia-atacante no campeonato iugoslavo pelo Sarajevo e brilhou no Paris Saint-Germain. Jogou as Copas de 1982 e 1990.

Praticamente todos os seus convocados atuam no exterior.

Em 2012, eles perderam um amistoso contra a seleção brasileira do técnico Mano Menezes por 2 a 1, na Suíça.

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