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Minha História: Dan Gaspar, um americano no Irã

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Quando Carlos Queiroz telefonou para me convidar a ajudá-lo à frente da seleção iraniana, fui falar com familiares e amigos. Todos me desestimularam a aceitar.

Mas eu sabia que um treinador tão prestigiado não encararia um projeto que não fosse interessante. Além disso, eu queria muito ajudar uma nação a se classificar para a Copa do Mundo e participar do meu segundo Mundial [após o de 2010, com a seleção portuguesa]. Por isso, apesar das recomendações contrárias, resolvi aceitar.

Cheguei apreensivo, por causa de tudo que havia lido na imprensa sobre o Irã. Mas o que vivo é muito diferente.

Encontrei pessoas gentis e generosas. Ser americano não é um problema, até onde sei [risos]. Fui recebido de braços abertos e sou tratado com respeito. Trabalhei em quatro continentes e posso dizer que nunca me senti tão seguro como aqui.

Divulgação
Dan Gaspar passa orientação em jogo do Irã contra a Coreia do Sul, em 2013
Dan Gaspar passa orientação em jogo do Irã contra a Coreia do Sul, em 2013

Não sou político nem historiador, mas acho que, em qualquer lugar do mundo, devemos nos colocar no lugar das pessoas e tentar entender diferenças de opinião. Quem sou eu para julgar o que é certo e errado?

Os EUA são uma grande nação, mas isso não significa que tenhamos todas as respostas nem que sejamos os melhores em tudo.

Eu acredito na paz e estou otimista de que podemos chegar lá. O futebol é o melhor embaixador para construir pontes no mundo.

Em junho, Hasan Rowhani ganhou a eleição presidencial. Cinco dias depois nos classificamos para a Copa, e foi aquela explosão de emoções. Há uma sinergia entre esses dois acontecimentos.

Os iranianos têm fome de falar com o resto do mundo. São pessoas como todas as outras. Choram, riem, têm filhos para criar, contas para pagar. Também vejo que as pessoas no poder têm vontade de chegar a um acordo.

Conheci dois presidentes. Mahmoud Ahmadinejad me impressionou com seu conhecimento sobre o jogo. Numa das vezes em que ele visitou o campo de treino, eu o desafiei a bater um pênalti em mim, mas ele estava sem chuteira.

Tive emoções confusas por estar ao lado de um dos líderes mais polêmicos da nossa época. Mas entendi que, do ponto de vista humano, é alguém que compartilha a mesma paixão que eu.

Quando estive com Rowhani, eu o incentivei a cumprir suas promessas para o bem geral do mundo.

Estou feliz com o trabalho em si. Descobrimos o goleiro Daniel Davari, titular numa das melhores ligas do mundo [pelo alemão Eintracht Braunschweig]. E Rahman Ahmadi conquistou o respeito que merece nas eliminatórias.

Técnica e fisicamente, os goleiros iranianos têm bom nível. Mas existem dois desafios: demora na hora de decidir se saem ou ficam, se espalmam ou seguram a bola; e relutância em colocar o corpo em situação de alto risco. Também me incomoda a tendência de ficarem no chão após grandes defesas, como se estivessem feridos. Não precisam disso.

Caímos num grupo difícil [Argentina, Nigéria e Bósnia-Herzegovina], mas faremos de tudo para ter participação digna na Copa no Brasil.

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