Craques como Neymar e Messi usam chuteiras feitas de forma quase artesanal
Amaciar as chuteiras, prática antiga e comum de jogadores profissionais ou amadores para melhorar o desempenho em campo, passa longe da cabeça dos jogadores mais badalados do futebol.
Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo, Iniesta, Rooney, Götze, Pirlo e Sneijder contam com peças feitas sob medida. Com os calçados moldados aos pés, não é necessário tempo para adaptação.
A Nike, patrocinadora do camisa 10 da seleção, de Cristiano Ronaldo, Iniesta e cia., montou fábrica em Montebelluna, na Itália, dedicada exclusivamente para produção desses calçados sob medida.
O processo de produção é complexo. Os jogadores pisam em uma estrutura de plástico, que faz o molde dos pés. As peças são praticamente produzidas à mão.
Há apenas auxílio de máquinas de prensa e de costura, segundo a empresa.
AJUDA DO ROUPEIRO
A realidade desses jogadores passa longe, por exemplo, do que em 2002 viveu Ronaldo, craque da seleção brasileira campeã da Copa da Ásia.
Dias antes da final contra a Alemanha, o camisa 9 escalou o roupeiro da CBF, Rogelson Barreto, para amaciar as chuteiras que ele usaria na partida decisiva.
Rogelson, que era funcionário da seleção havia 15 anos, usou o calçado de Ronaldo por dias, amolecendo o couro da chuteira para que ela ficasse mais confortável aos pés do Fenômeno.
O resultado foi o melhor possível: Ronaldo marcou os dois gols do título e Rogelson foi considerado pé quente pelo jogador brasileiro.
JOGADORES COMUNS
Fora esses craques, que usam chuteiras personalizadas, o restante dos jogadores ainda precisa fazer algum tipo de amaciamento para evitar bolhas, por exemplo.
E são esses calçados que o consumidor comum pode ter acesso nas lojas de esportes, ao preço de até R$ 799.
Mas o processo de amaciamento é bem mais simples do que antigamente.
Os calçados de hoje são mais leves e há até formatos específicos para cada posição.
A Adidas, que faz chuteiras moldadas para Messi, acerta com seus atletas patrocinados os modelos destinados a cada característica.
Cada opção passa por produção diferente, com costura, peso e materiais específicos, de acordo com estudos relacionados à necessidade de cada posição.
A chuteira F50 é moldada para facilitar chutes e finalizações porque fica mais presa ao pé. É usada por atacantes, com o brasileiro Fred.
A Predator dedicada aos meias possui uma camada um pouco mais firme que tende a melhorar o domínio de bola do jogador em campo. Oscar tem uma dessa.
A Nitrocharge é mais dura. Neste caso, a tendência é a chuteira que facilite a vida do atleta que dá mais carrinhos e corre mais.
O calçado firma mais no pé e, por isso, é recomendado a zagueiros e laterais que precisam correr e voltar da defesa ao ataque praticamente os 90 minutos de uma partida, como Daniel Alves.
Na seleção brasileira, são os próprios jogadores que amaciam suas chuteiras.
De acordo com a Nike, fornecedora dos calçados de 14 jogadores do time nacional, são necessários sete dias para que o pé se molde ao couro e evite o desconforto.
CORES DIFERENTES PARA CADA PÉ
Chuteiras com cores diferentes e chamativas para cada pé foi a aposta da marca alemã Puma para esta Copa.
Atletas como o atacante argentino Agüero estão usando o modelo, que possui o pé esquerdo azul, e o direito, rosa –foi também o calçado dos já eliminados Balotelli (Itália) e Fábregas (Espanha).
Nas lojas no Brasil, essas chuteiras para campo custam em torno de R$ 700.
COLORIDO
Outras marcas esportivas também apostaram em cores fortes para os calçados.
O modelo até agora de Neymar, da Nike, foi vermelho, com detalhes em amarelo.
No jogo contra o Chile, neste sábado (28), ele usará uma versão dourada, que reproduz as chuteiras que ele utilizava aos 12 anos, quando pintava as peças com spray.
A mesma empresa também tem um modelo amarelo.
Já Messi e outros patrocinados pela Adidas utilizam uma peça com mescla de branco, preto, azul e laranja.
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