Foco
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Transexual se alista no Exército e tem fotos e informações expostos
A estudante transexual Marianna Lively, 18, teve fotos e dados pessoais espalhados pela internet depois de se alistar para o serviço militar na última quarta-feira (23) em Osasco, na Grande São Paulo.
Imagens da estudante em um pátio do quartel e do Certificado de Alistamento Militar, com dados pessoais como nome de registro, data de nascimento e CPF, se espalharam por grupos de WhatsApp e páginas do Facebook.
Com a exposição, Marianna passou a receber mensagens e ligações com assédios e xingamentos. "Não deixarei passar batido, pois não quero que outras pessoas passem pelo mesmo, ou até pior", desabafou a estudante pelo Facebook.
De acordo com a advogada de Marianna, Patrícia Gorisch, os agressores já foram identificados e estão sendo denunciados. Uma denúncia também foi feita à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Em nota, o Exército afirmou que já instaurou um inquérito policial militar para esclarecer o ocorrido, e que "os envolvidos serão responsabilizados por suas ações."
O órgão diz que "não discrimina qualquer pessoa, em razão da raça, credo, orientação sexual ou outro parâmetro."
A transfobia é crime no Estado de São Paulo desde 2001. A lei 10.948 tipifica os crimes de discriminação contra homossexuais, bissexuais e transgêneros.
O texto esclarece que é proibido "praticar qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória", sob pena de advertência e multa que pode ir de R$ 21 mil até R$ 637,5 mil.