ILUSTRADA 50 ANOS: 1993 - Federico Fellini morre em Roma
O cineasta italiano Federico Fellini morreu por volta do meio-dia de ontem, em Roma, aos 73 anos. Desde a parada cárdio-respiratória que sofreu no dia 17 de outubro, Fellini estava internado no centro policlínico Umberto Primo. O diretor passou duas semanas em estado de coma.
Anteontem, ele e sua mulher, a atriz Giulietta Masina, 72, completaram 50 anos de casamento. Ontem à tarde, milhares de romanos desfilaram na Via Margutta, onde morava o cineasta, e se aglomeraram na centro Umberto Primo, para render homenagens ao cineasta.
Divulgação/Folha Imagem |
Cena do filme "Os Boas Vidas", de 1953, de Federico Fellini |
O estado geral de Fellini havia se deteriorado muito nos últimos dias. Além de complicações renais, foram detectados vários focos de infecção pulmonar. O diretor tinha a perna, o braço e o lado esquerdo de seu rosto parcialmente paralisados desde o derrame cerebral sofrido em agosto último, em Rimini (sua cidade natal, na costa do mar Adriático).
O velório de Fellini acontece hoje, no Estúdio 5 da Cinecittà, em Roma, onde ele filmou a maior parte de sua obra. O cineasta será enterrado no jazigo de sua família, em Rimini. Também adoentada, Giulietta soube da morte do marido pela TV, mas se mostrou "bastante forte", segundo a irmã Maria Luisa.
A morte de Fellini causou comoção na Europa. "O mundo perde um de seus maiores criadores", disse ontem François Mitterrand, presidente da França. "Suas últimas obras, assim como as dificuldades que teve de superar para realizá-las, são o próprio símbolo do combate pela cultura", completou.
"A Itália já não produz mais gigantes como Fellini", disse o diretor italiano Franco Zeffirelli. "Como se pode reduzir o gênio de um homem em uma frase de circunstância?", disse com lágrimas nos olhos o ator Marcello Mastroianni, astro de vários filmes do cineasta.
Fellini estreou como co-diretor, ao lado de Alberto Lattuada, em "Mulheres e Luzes", de 1950. Ganhou cinco Oscars. Com "A Doce Vida" (de 1960) se transformou num dos maiores mitos do cinema. Seu último filme foi "A Voz da Lua", de 1990.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade