"Amor sem Escalas" dá ânimo novo a alguns desempregados
Quando Andy Glantzman concordou em ser filmado falando francamente sobre como se sentiu ao perder seu emprego, não imaginava que milhões de pessoas fossem assistir a seu depoimento.
Mas, em vez de sua participação fazer parte de um documentário, como ele previu, Glantzman e outros 21 funcionários demitidos se viram fazendo pontas no filme "Amor sem Escalas", que na semana passada recebeu seis indicações ao Oscar, incluindo para melhor filme e melhor diretor.
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George Clooney e Vera Farmiga em cena de "Amor Sem Escalas", um dos favoritos ao Oscar deste ano |
O filme tem George Clooney no papel de um homem que trabalha para empresas, ganhando a vida demitindo pessoas. Inclui cenas com Glantzman e outros falando de suas experiências na vida real.
Um ano depois, muitas das 22 vítimas da recessão mostradas no filme já têm novos empregos. Suas histórias podem dar esperança a outras pessoas.
"O filme me deu uma razão para vestir um terno, sair de casa e sentir que eu estava fazendo algo que valia a pena, em vez de ficar apenas sentado, esperando o próximo salário-desemprego", disse Glantzman em entrevista. "Começou por elevar minha auto-estima."
Ele foi demitido de uma revendedora de carros de luxo em Detroit algumas semanas antes de ver em um jornal um anúncio pedindo a pessoas que tivessem perdido seus empregos que enviassem uma carta descrevendo sua demissão. Glantzman foi escolhido para reencenar a experiência e verbalizar o que gostaria de ter dito a seu antigo empregador.
"Foi altamente terapêutico. Percebi que eu não era o único naquela situação", disse ele. Quatro meses mais tarde, mudou-se para Grand Rapids, Michigan, onde encontrou trabalho em uma empresa educacional.
Recessão
Desde que a recessão começou, em dezembro de 2007, 8,4 milhões de empregos foram perdidos nos EUA, segundo cifras do Departamento de Trabalho.
Os atores amadores de "Amor sem Escalas" disseram que o filme lhes permitiu reconquistar um pouco de respeito próprio, depois de passar por uma das experiências mais humilhantes da vida.
"Não é apenas parte de sua vida profissional que é arrancada, mas também de sua vida pessoal", disse Kevin Pilla, que acabara de comprar uma casa nova e sustentava mulher e quatro filhos quando foi demitido de uma empresa de produtos eletrônicos.
Nem todas as pessoas que aparecem no filme encontraram empregos novos, mas algumas ainda estão esperançosas.
Marlene Gorkiewicz, que é vista no filme quase às lágrimas, ainda está procurando trabalho, depois de ser demitida no ano passado após 27 anos trabalhando em uma grande empresa aérea.
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