Ainda fiel à dança, Foster the People ataca consumismo
Nas fotos, o Foster the People parece uma boy band. Mas os rapazes bonitinhos que se apresentam neste domingo (29) às 17h35 no Festival Lollapalooza sabem tocar. E fazer sucesso. Na verdade, o trio liderado por Mark Foster fez sucesso antes mesmo de lançar seu primeiro álbum.
Em 2010, depois de anos compondo jingles para comerciais de rádio e televisão, ele gravou "Pumped Up Kicks", canção dançante que se transformou em um furacão viral.
Felipe Trueba - 14.mar.2015/Efe | ||
Mark Foster, vocalista da banda americana Foster the People |
Foi tanta repercussão nas redes que, mesmo sem gravar um disco, o grupo foi convidado em 2011 para o principal festival pop americano, o Coachella, dividindo palco no deserto californiano com nomes como Strokes e Arcade Fire.
"Foi mesmo muito rápido", diz Foster à Folha. "Ninguém poderia imaginar aquela resposta do público." Quem estava lá, garante: a reação foi histérica, com milhares de pessoas dançando debaixo de um sol de 41 graus.
Ele espera ter em Interlagos a mesma vibração do público que afirma ter sentido em 2012, quando a banda apresentou o repertório do álbum "Torches" no primeiro Lollapalooza Brasil, na época realizado no Jockey Club paulistano.
"O lugar mudou, não? Mas o público deve ter o mesmo entusiasmo", aposta o cantor e tecladista. O baixista Jacob Fink e o baterista Mark Pontius completam a banda, que tem reforço de outros instrumentistas nos shows.
CABEÇÃO
Talvez o desempenho neste Lolla seja um pouco menos dançante do que em 2012. Foster concorda que o segundo álbum, "Supermodel", lançado no ano passado, é pop, mas menos chacoalhado.
"Há uma aura mais pesada, um pouco de tensão nas letras. O primeiro disco reuniu músicas que eu escrevi durante vários anos, falavam de muitas coisas. O segundo disco foi escrito em um ano, e reflete minhas preocupações nesse período."
Na verdade, "Supermodel" é praticamente um álbum conceitual, no qual várias músicas são críticas ao consumismo desenfreado. O Foster the People troca o dance pop por músicas "cabeçudas"?
"Não, espero que não", diz o cantor. "As músicas de nossos dois álbuns se misturam bem no repertório dos shows, têm uma boa convivência. E eu gosto de experimentar coisas. Artistas que ousam experimentar me inspiram."
Ao responder sobre quais nomes o inspiram, Foster demonstra dificuldade para pronunciar o nome, mas capricha no português: "A banda Mutantes", responde, acrescentando que em seus discos ele acredita escutar "rock psicodélico com tambores". "Genial", resume.
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