Estilistas mergulham no Brasil à caça de referências para verão
Com a estagnação econômica e a curva crescente do dólar puxando o consumo de moda para baixo, os estilistas e as marcas da 39ª edição da São Paulo Fashion Week olham para o Brasil em busca de referências para o verão 2016.
Oskar Metsavaht, estilista e dono da segunda grife a desfilar na terça-feira (14), a Osklen, avisou nos bastidores de sua apresentação que, a partir de agora, só usará tecidos produzidos no país.
É claro que a alta do dólar colabora com o discurso a favor do produto nacional, mas a marca vai mais fundo nessa onda e imprime a cultura da tribo Ashaninka, do interior do Acre, em sua coleção –toda construída em linho, seda e algodão.
Motivos étnicos estão em voga há um certo tempo, mas Metsavaht maximiza penas indígenas em uma calça e um vestido longilíneos.
Looks "boxy", que olhados de frente são quadrados e revelam um grande decote nas lateral, completaram as propostas da grife carioca.
Paula Raia também olhou mais para a cultura brasileira, em uma coleção que prioriza variações de cru aplicadas em vestidos longos e mídi de cintura marcada.
"Mais do que a cor, esses tecidos não passaram por nenhum processo químico ou tecnológico", disse a estilista.
Raia disse ter feito ainda um trabalho colaborativo com ONGs e grupos de artesanato para descobrir novas tramas. Até dez artesãos, segundo ela, trabalharam na mistura de trecê com cordas e texturas pontuais.
Rendas e trançados feitos à mão foram o ponto de partida também para a coleção que comemorou os 30 anos da grife cearense Água de Coco.
Vestidos que levaram mais de três meses para serem desenvolvidos, junto a comunidades do interior do Estado natal da grife, se misturavam à bem editada coleção de biquínis e maiôs com detalhes de renda branca.
A estilista Liana Thomaz estampou folhagens nas peças de seu verão 2016 e flertou com o prêt-à-porter em peças de saída de banho.
MARRAKECH
Já a grife de jeanswear Ellus foi a Marrakech, no Marrocos, buscar inspiração para esta temporada.
De lá, os estilistas Adriana Bozon e Rodolfo Souza trouxeram itens de prata e referências aos nômades do deserto do país.
Não faltam elementos dourados, cordas de cortinas e outras referências à indumentária marroquina aplicada em peças ajustadas de jeans.
Os homens, vestidos com algodão cru e barbados, como é comum na cultura muçulmana, serviram mais como acessório que como elemento de moda.
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