CRÍTICA
Repertório dos Stones em Cuba foi o mesmo tocado desde 2014
Yamil Lage/AFP | ||
Mick Jagger durante o show na Ciudad Deportiva |
Você dançará e se divertirá. Foi isso que os cubanos fizeram, parecendo genuinamente emocionados com a imersão no circo extravagante dos Stones na sexta (25).
E a emoção foi recíproca. Keith Richards foi o primeiro a aparecer no palco, dando a ele uma curta janela de tempo para encarar a plateia e contemplar o milagre que é sua vida, antes de iniciar "Jumpin' Jack Flash".
Qualquer um que esperasse uma noite especial, com canções de temática apropriada ao contexto, se desapontaria e soaria ingênuo. O setlist, de 18 músicas, foi basicamente o mesmo que a banda toca desde 2014.
Quão bom seria ouvir "Indian Girl" (com referências a Che Guevara e a Fidel Castro), "Undercover of the Night" (com alusões a ditaduras no continente), "I'm Free" (auto-explicativo) ou "Street Fighting Man".
Mas alguém com um mínimo de interesse nos Stones sabe que eles ou não se dão ao trabalho ou não ligam para essas questões.
Era, certamente, uma atmosfera de festa, uma oportunidade única para os cubanos verem como o rock pode ser libertador -ao menos, espiritualmente.
Por duas horas, eles se sentiram livres, rebeldes contra o sistema. No dia seguinte, estariam de volta aos cartões de racionamento, controle estatal e entretenimento tedioso. Qualquer coisa é possível.
O jornalista neozelandês DEAN GOODMAN já assistiu a 239 shows dos Rolling Stones
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