crítica
Filme apenas simpático revela desajuste entre mensagem e alvo
Outro dia ela teve Alzheimer, agora sofre de câncer. Será que Julianne Moore decidiu se especializar em papeis de mártires?
A vencedora do Oscar de melhor atriz em 2015 assume o risco de fatigar seu público ao emendar os apagamentos de "Para Sempre Alice" aos padecimentos de "Amor por Direito", melodrama sobre um casal de mulheres que luta pela igualdade civil.
A intenção foi explorar o prestígio da atriz para defender a causa das implicações legais e civis do casamento gay. Estamos diante de um filme de mensagem, gênero simpático, porém limitado.
Moore é uma policial que decide, enfim, assumir sua homossexualidade quando conhece uma garota mais jovem (Ellen Page, em química perfeita com a veterana).
O diagnóstico de câncer inviabiliza o felizes para sempre e dá início à luta para que a companheira receba a pensão a que viúvos(as) têm direito.
A partir daí, Moore e Page assumem papeis de coadjuvantes e o filme transforma-se em uma bem montada peça de marketing político.
A entrada em cena de Steve Carell, advogado gay animador de manifestações, dá humor e leveza e torna o resultado facinho de assistir.
O problema desse tipo de filme está no desajuste entre a mensagem e seu alvo. Quem já é simpático torna-se mais simpático, mas dificilmente ouviremos falar de igrejas distribuindo ingressos para seus fieis assistirem a uma história que demonstra que o direito ao amor também é universal.
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