Pixar planeja com diretor de 'Toy Story' filme em homenagem ao México
Em tempos de crescente tensão xenófoba nos Estados Unidos, a Pixar planeja um filme que será "uma carta de amor ao México", anunciou o estúdio.
Com a celebração do Dia dos Mortos como tema, "Coco" chegará aos cinemas em novembro de 2017, cerca de um ano após a vitória eleitoral de Donald Trump, que durante sua campanha chamou os mexicanos de estupradores e criminosos e ameaçou construir um muro gigante na fronteira Sul do país.
"Estamos criando o filme para o mundo e será, esperamos, uma influência positiva", disse o diretor de "Coco", Lee Unkrich, que trabalhou com o estúdio na edição de "Toy Story", em 1995, e, em seguida, co-dirigiu as duas sequências da animação.
"Mas para o México, em particular, estamos tentando criar de alguma forma uma carta de amor e espero que as pessoas o recebam como tal", acrescentou.
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Cena de 'Coco', nova animação da Pixar que deve estrear em 2017 |
Pixar mostrou à imprensa os primeiros trabalhos de arte para este filme em seus estúdios em São Francisco.
Estrelado por Anthony Gonzalez, Gael García Bernal e Benjamin Bratt, "Coco" conta a história de um jovem músico que viaja para a Terra da Morte em busca de seus antepassados.
Esse será o 19º longa-metragem da Pixar, que soma 11 bilhões de dólares em bilheterias e 13 Oscars desde o lançamento de "Toy Story", o primeiro filme computadorizado.
CRIATIVIDADE
A empresa começou em 1979 como Graphics Group, a divisão informática da Lucasfilm, encarregada por George Lucas de desenvolver o sistema de edição de som e cinema digital, bem como melhorar a computação gráfica.
John Lasseter, o lendário fundador da divisão de produção, chegou em 1983, três anos antes de o fundador da Apple, Steve Jobs, comprar a empresa e rebatizá-la com seu nome atual: Pixar.
Depois de arrancar aplausos com uma pioneira série de curtas, o estúdio voltou sua atenção para o cinema e foi ali que se uniu à Disney para produzir "Toy Story", que se tornou o filme de maior bilheteria de 1995, arrecadando 374 milhões de dólares em bilheterias ao redor do mundo.
"É claro que naquela época ficamos muito animados com o sucesso [do filme]. Nesse momento tive a certeza que queria continuar sendo parte da Pixar e, felizmente, eles queriam que eu continuasse a ajudá-los", explicou Unkrich à AFP.
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Pixar apresenta primeiras artes de 'Coco', sua próxima animação |
SEQUÊNCIAS
A Pixar já havia conquistado o Oscar de melhor filme de animação com "Procurando Nemo" e "Os Incríveis" quando a Disney a comprou por 7,4 bilhões de dólares em 2006.
Outras estatuetas vieram com "Ratatouille", "WALL-E" e "Up! Altas Aventuas", tornando a Pixar o novo rei da animação.
Mas nem tudo tem sido um sucesso: "Carros 2" foi visto como um erro criativo e esmagado pelos críticos, enquanto "O Bom Dinossauro" terminou com uma bilheteria menor do que o orçamento investido.
Unkrich lembra como "Toy Story 2" entrou em crise quando a equipe de produção se deu conta, já em cima da hora, que a história não estava funcionando.
A equipe voltou para os trilhos depois que Jobs, morto em 2011, disse a Unkrich que os projetos dos quais tinha mais orgulho foram aqueles que "não teve tempo ou recursos suficientes, mas que de alguma forma as pessoas se uniram e conseguiram fazer o trabalho".
"Coco" faz parte da nova onda de produtos originais que a Pixar está desenvolvendo após o recente anúncio do estúdio de não fazer mais sequências após o lançamento de "Toy Story 4".
"Nunca há garantia de que o trabalho será aceito. Tentamos dar o nosso melhor em cada filme que nos interessa e só esperamos que o resto do mundo também goste", concluiu.
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