Para governo, resultado do PIB é 'muito ruim' e deve fazer BC subir juro para 7,75%
O crescimento de 0,6% do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre deste ano foi classificado como "muito ruim" pelo governo Dilma e deveria levar, na avaliação de assessores presidenciais, o Banco Central a manter o ritmo de aumento da taxa básica do juro --a Selic-- de 0,25 ponto percentual, o que a levaria para 7,75% ao ano após a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) nesta quarta-feira.
O maior temor no Palácio do Planalto, agora, é o PIB crescer, neste ano, abaixo do registrado em 2011, primeiro ano do mandato da presidente Dilma, quando foi de 2,7%. No segundo ano, o crescimento ficou em 0,9%.
PIB cresce 0,6% no 1º tri, abaixo do previsto pelo mercado, diz IBGE
Indústria tem resultado negativo no trimestre; investimentos sobem
Dilma é candidata à reeleição no próximo ano e já enfrenta críticas da oposição pela inflação alta e pelo fraco crescimento da economia.
O resultado do PIB nos três primeiros meses do ano veio abaixo das estimativas da equipe econômica, que acreditava num crescimento entre 0,8% e 1,1%, mais possivelmente de 0,9%.
Dentro do governo, assessores comentavam que a equipe presidencial adotou a postura correta e prudente ao não fazer previsões públicas, já que o resultado ficou bem abaixo do esperado.
Antes do número divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a equipe de Dilma avaliava que o crescimento do primeiro trimestre ficaria na casa de 1% e seria um pouco mais moderado nos períodos seguintes, o que deveria garantir um crescimento entre 3% e 3,5% em 2013.
O fraco resultado nos três primeiros meses, porém, pode apontar para uma taxa do PIB entre 2,5% e 3% no final deste ano. O problema, segundo assessores, é que o espaço para o governo buscar reverter essa tendência está cada vez menor.
JURO
De um lado, a inflação, apesar de estar em queda, segue elevada e caindo num ritmo aquém do recomendável. De outro, o dólar voltou a se valorizar frente o real, o que vai gerar pressões inflacionárias no curto e médio prazos.
Neste cenário, o Copom vai decidir a nova taxa Selic, hoje em 7,5%, depois de um alta de 0,25 ponto percentual no mês passado.
Antes da divulgação do PIB, crescia no mercado a aposta de que o BC iria subir os juros em 0,50 ponto percentual, passando a taxa para 8% ao ano.
Agora, o governo espera que o Copom mantenha o mesmo aumento do mês passado, subindo os juros em 0,25 ponto percentual, para evitar uma freada maior da economia brasileira.
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