Três meses após desoneração da cesta básica, itens beneficiados ficam mais baratos
Cerca de três meses após o governo ter zerado os tributos federais incidentes sobre produtos da cesta básica, a maioria dos itens beneficiados caiu de preço em São Paulo, mas o preço médio da cesta subiu.
Levantamento da Folha com base em dados do Procon-SP mostra que o preço de 8 dos 12 produtos desonerados caiu entre 7 de março --um dia antes do anúncio da desoneração -- e 6 de junho.
No intervalo, o item cujo preço mais recuou foi o frango resfriado inteiro, passando de R$ 5,64 para R$ 4,48, uma variação negativa de 20,6%. Na sequência, tiveram as maiores quedas os preços do óleo de soja (-13,2%) e do açúcar refinado (-9,5%).
Também ficaram mais baratos o café em pó (-7,2%), a salsicha avulsa (-6,9%), a linguiça fresca (-6,6%), o creme dental (-3,5%) e o sabonete (-2,3%).
Em contrapartida, o preço do papel higiênico ficou estável, enquanto outros três itens ficaram mais caros: margarina (5,8%), carne de segunda (1%) e carne de primeira (0,67%).
Apesar de a maioria dos produtos desonerados terem ficado mais baratos, o preço médio da cesta básica teve leve alta no período, de R$ 384,58 para R$ 387,75.
A alta foi induzida pelo aumento no custo de produtos que já não tinham tributação, como a batata, cujo preço passou de R$ 3,20 para R$ 4,89 (alta de 52,8%), e a farinha de mandioca, que foi de R$ 2,25 para R$ 2,52 (aumento de 12%).
ALIMENTOS
No período, os produtos que tiveram maior alta de preço foram os de alimentação, que subiram 0,97%, na média, ante avanço de 0,80% do grupo limpeza e queda de 0,68% no grupo de higiene pessoal.
Os alimentos, cujos preços acumulam fortes reajustes nos últimos meses, têm sido os grandes vilões da inflação. O avanço, porém, ocorreu em ritmo menor em abril e maio graças a uma safra recorde de grãos, ajudando a frear o IPCA --índice oficial da inflação-- em maio.
No mês passado, a inflação dos alimentos cedeu para uma alta de 0,31% --abaixo do avanço de 0,96% registrado em abril.
DESONERAÇÃO
Anunciada pela presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional de rádio e TV, a desoneração dos produtos da cesta básica acabou com a cobrança de PIS/Cofins e IPI sobre todos os itens que ainda sofriam a tributação.
Na época, supermercados afirmaram ser praticamente impossível que todos os itens desonerados ficassem mais baratos. Segundo as empresas, o preço final também sofre influência de fatores como safra, negociação com os fornecedores dos produtos e ações promocionais feitas pela lojas.
De acordo com economistas, o mercado de trabalho firme, o consumo em alta e o aumento do valor de fretes abrem brechas para que o varejo repasse pressões de custos para os produtos, o que minimiza o efeito da desoneração.
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