Mesmo com proteção ao câmbio, lucro da Petrobras deve cair no 2º trimestre
O câmbio deverá ser o grande vilão do resultado que a Petrobras divulga na noite desta sexta-feira (9), referente ao segundo trimestre do ano, período em que o dólar subiu 10%, impactando as crescentes importações da empresa.
Apesar de ter adotado em maio uma proteção à desvalorização do real, o lucro da estatal deverá ficar abaixo do trimestre anterior, porém bem melhor do que o prejuízo de R$ 1,3 bilhão registrado há um ano, de acordo com estimativas de analistas de mercado.
Petrobras bate recorde de aproveitamento de gás natural associado ao petróleo
Deficit de petróleo bate recorde e castiga balança comercial do Brasil
Análise: Momento é ruim para Petrobras, mas futuro acena com melhorias
Se a empresa não lançasse mão da contabilidade de hedge, com certeza seria mais um prejuízo, avaliou Pedro Galdi, economista-chefe da SLW Corretora. "A Petrobras faz isso porque ela precisa ter lucro para pagar dividendo ao governo", explicou Galdi.
O hedge é um instrumento usado para proteção contra variações de moedas em empresas que têm receitas ou dívidas em outras moedas. O mecanismo contábil só pode ser usado em companhias que tenham receitas em moeda estrangeira que compensem o impacto negativo do câmbio nas dívidas.
LUCRO
Galdi estimou que mesmo com a estratégia, o resultado da empresa será prejudicado pela alta do dólar no período. Também jogará contra o lucro da venda no mercado interno de combustíveis a um preço mais baixo do que os pagos pelas importações.
Segundo média das estimativas de seis analistas, em projeções que vão dos R$ 3 bilhões a R$ 5,1 bilhões, a empresa deve ter lucro em torno de R$ 4,2 bilhões, 45% abaixo do lucro de R$ 7,7 bilhões do primeiro trimestre.
"Acreditamos que a Petrobras terá um trimestre com crescimento no volume vendido, mas queda na rentabilidade operacional, o que, adicionado ao aumento dos custos financeiros, levará a uma forte redução no lucro líquido", avaliou o analista da Planner Luiz Caetano.
"Há mais de dois anos a Petrobras está vendendo no mercado interno com preços substancialmente menores que no mercado externo", disse Caetano. Ele reduziu de R$ 29 para R$ 23 o preço-alvo da ação da empresa, para refletir a expectativa de queda do preço do petróleo e o aumento de custos da empresa no longo prazo.
GERAÇÃO DE CAIXA
A capacidade de geração de caixa da companhia medido pelo Ebitda, necessária para fazer frente aos robustos investimentos de US$ 236,5 bilhões até 2017, também deve ser menor do que no trimestre anterior.
Para Lilyanna Yang, do UBS, os aumentos de 10,7% e 6,6% para o diesel e a gasolina, respectivamente, concedidos no primeiro trimestre do ano, não vão evitar um prejuízo de R$ 4 bilhões para a área de Abastecimento, responsável pelas importações.
Por outro lado, a empresa vai registrar no período aumento de 1,1% da produção em relação ao trimestre anterior, o que não ocorre há alguns trimestres, elevando a média do ano para 1,920 milhão de barris diários, mas bem distante da média de 2,1 milhões perseguida nos últimos anos pela companhia.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 27/03/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,65% | 127.691 | (17h39) |
Dolar Com. | -0,06% | R$ 4,9798 | (17h00) |
Euro | -0,10% | R$ 5,3954 | (17h31) |