Ministro das Comunicações adota tom cauteloso sobre fusão entre PT Telecom e Oi
O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) disse, nesta quarta-feira (2), que não vê problema na fusão entre a Oi e a Portugal Telecom, que após meses de negociação assinaram memorando de entendimento para formar um grupo multinacional chamado CorpCo.
"Não vejo grandes problemas, acho que a empresa vai continuar do mesmo tamanho. Mas é melhor a gente dar uma olhada primeiro", disse o ministro mais cauteloso.
Entenda como será a fusão entre Oi e Portugal Telecom
Portugal Telecom terá cerca de 38% da companhia resultante da fusão com a Oi
Na semana passada, ao comentar sobre o caso da Telefônica, dona da Vivo, que aumentou sua participação na Telco, empresa controladora da TIM, ele foi incisivo ao dizer que a legislação brasileira não permitiria a um mesmo grupo ter controle sobre as duas gigantes do setor ao mesmo tempo.
Ao comentar a mesma operação, porém, a presidente Dilma Rousseff, disse que esta era uma opinião pessoal do ministro e que a decisão final seria dada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Hoje, ao comentar sobre o caso Oi e Brasil Telecom, Paulo Bernardo destacou que a fusão já era esperada e que esse "não é um assunto de governo".
"Preciso saber a consequência disso primeiro para opinar melhor", disse.
O ministro também reforçou que a sede da nova empresa será no Brasil --no Rio de Janeiro-- e que a maioria do capital será nacional.
"Eles me ligaram ontem, parece que têm planos de fazer uma grande capitalização e grandes investimentos, mas precisamos examinar o que disseram hoje na conferência. Vamos examinar, chamar a direção [da empresa] para saber melhor os planos", afirmou. "Acho que é positivo".
Editoria de Arte/Folhapress | ||
FUSÃO
A nova companhia soma pouco mais de 100 milhões de clientes distribuídos por Brasil, Portugal e alguns países da África e da Ásia. A receita combinada é de R$ 37,45 bilhões.
A operação prevê um aumento de capital de pelo menos R$ 13,1 bilhões na operadora brasileira. Desse total, ao menos R$ 7 bilhões serão em dinheiro, para equacionar a pesada divida da Oi, de cerca de R$ 30 bilhões. A capitalização prevê ainda um lançamento de ações da Oi.
No Brasil, a nova empresa continuará operando com o nome Oi, e, em Portugal, com o nome Portugal Telecom.
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