Aneel aprova reajuste de 35,05% para tarifas de energia no Paraná
A diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou nesta terça-feira (24) um aumento de médio 33,5% nas contas de luz dos consumidores atendidos pela Copel. O novo valor deve começar a ser aplicado imediatamente.
É o maior reajuste autorizado pela agência neste ano. Para os clientes de alta tensão, como as indústrias, o reajuste médio ficou em 37,35%, enquanto para a baixa tensão (residências) o aumento médio ficou em 33,49%.
A empresa atende 4,2 milhões de residências, pontos de comércio e indústrias em 396 municípios do Paraná –em três deles, apenas na área rural.
Apenas três municípios do Estado não são atendidos pela Copel.
Após a decisão, o governador Beto Richa (PSDB) publicou em sua conta no Twitter que foi "surpreendido com a decisão do governo federal" e que vai "pedir à Aneel a suspensão da aplicação para buscar uma solução junto com a Copel".
Os reajustes tarifários, apesar de aprovados pela agência, são concedidos após pleito das próprias empresas de distribuição. No caso, a solicitação de reajuste partiu da própria Copel.
Da mesma forma, as distribuidoras de energia não são obrigadas a aplicar integralmente o percentual.
Oficialmente, a Copel havia solicitado um reajuste médio de 32,45%, número que não considera efeitos financeiros.
Pelos cálculos da Aneel, o percentual médio aprovado, também sem efeitos financeiros, foi de 30,78%.
De acordo com a assessoria de imprensa da Aneel, o aumento para os consumidores do Paraná seria ainda maior caso tivesse sido aplicado integralmente o percentual solicitado pela Copel.
MOTIVOS
De acordo com a agência reguladora, a alta no preço da energia foi puxada principalmente pelos gastos elevados que a distribuidora apresentou com a compra de energia para atender seus consumidores no último ano.
Essa compra extra de energia se deu após o vencimento de contratos de suprimento que foram feitos com geradores de energia.
Assim, a empresa precisou recorrer ao mercado livre, firmando contratos mais curtos e com preços mais altos. Nos últimos meses, o preço da energia no mercado livre chegou a atingir o teto de R$ 822, após a forte seca prejudicar o reabastecimento dos reservatórios das hidrelétricas. Esse aumento impactou todos os contratos firmados no mercado livre, inclusive o de concessionárias de distribuição.
"A Copel tinha um volume grande de energia velha no seu mix, com preços mais baratos, e tanto no leilão no fim do ano passado como no leilão de abril, essa energia que foi contratada em substituição da energia existente foi a valores acima daqueles que vinham sendo considerados nos processos tarifários", disse o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino.
No mix dos diferentes contratos, a energia comprada pela Copel (para ser revendida aos consumidores) subiu 35%.
De acordo com decisão da Aneel, para os consumidores de alta tensão, ou seja, para grandes empresas e indústrias, o reajuste será de 37,35%.
O índice de reajuste tarifário da Copel, excluindo-se os efeitos dos componentes financeiros do ano passado, ficou, em média, em 30,78%, inferior ao pedido feito pela empresa de um reajuste (sem esses efeitos financeiros) de 32,45%.
O reajuste da Copel acabou também pesando nas tarifas da Companhia Campolarguense de energia (Cocel), distribuidora que abastece o município de Campo Largo, no Paraná.
A Aneel autorizou reajuste médio de 42,02% para a Cocel, que compra sua energia da Copel.
Veja, abaixo, outros reajustes já autorizados pela Aneel neste ano.
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NORDESTE
Celpe (Companhia Energética de Pernambuco)
3,2 milhões de clientes, em todos os municípios pernambucanos
17,69% para residências
17,86 para indústrias
Energisa Sergipe
630 mil clientes, em 63 municípios
12,17% para residências
11,31% para indústrias
Coelce (Companhia Energética do Ceará)
Mais de 3 milhões de clientes, em 184 municípios
17,02% para residências
16,16% para indústrias
Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia)
5,3 milhões de clientes, em 415 municípios
14,82% para residências
16,04% para indústrias
Cosern (Companhia Elétrica do Estado do Rio Grande do Norte)
Mais de 1,2 milhão de clientes, em 167 municípios
11,40% para residências
15,78% para indústrias
SUDESTE
Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais)
18,2 milhões de clientes, em 774 municípios
14,24% para residências
12,41% para indústria
Bragantina
122 mil unidades de consumo, 15 municípios (5 na região de Bragança Paulista, SP, e 10 em Minas Gerais)
14,98% para residências
14,43% para indústria
Energisa Minas Gerais
407 mil residências em 66 municípios de Minas e do Rio de Janeiro
5,8% para residências
3,75% para indústrias e consumidores de alta tensão
Bragantina
122 mil unidades de consumo, 15 municípios (5 na região de Bragança Paulista, SP, e 10 em Minas Gerais)
14,98% para residências
14,43% para indústria
Vale Paranapanema
167 mil unidades de consumo, em 27 municípios (região de Assis)
18,98% para residências
21,31% para indústria
CNEE (Companhia Nacional de Energia Elétrica)
105 mil unidades de consumo, em 15 municípios (região de Novo Horizonte e Catanduva)
16,93% para residências
16,64% para indústrias
Caiuá-D (Caiuá Distribuição de Energia)
230 mil unidades de consumo, em 24 municípios (região de Presidente Prudente)
14,42% para residências
13,39% para indústrias
Energisa Minas Gerais
407 mil residências em 66 municípios de Minas e do Rio de Janeiro
5,8% para residências
3,75% para indústrias e consumidores de alta tensão
Energisa Nova Friburgo
96 mil residências e comércios no município de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro
13,66% para residências
7,94% para Indústrias e consumidores de alta tensão
CENTRO OESTE
Enersul
909 mil unidades de consumo, em pelo menos 10 municípios
9,4% para residências
14,11% para indústrias
SUL
AES Sul
1,2 milhões de clientes, em 118 municípios
28,99% para residências
30,29% para indústria
PARANÁ
Copel
4,22 milhões de clientes, em 396 municípios (3 deles apenas na área rural)
33,49% para residências
37,35% para indústrias
Cocel
Município de Campo Largo
42,02%, em média
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