Aos 10 anos do Plano Real, desafio era o crescimento econômico
Aos dez anos do Plano Real, uma coisa era certa: o Brasil conseguira amansar o fantasma da inflação que causara desordem estrutural por mais de 20 anos. A inflação acumulada em São Paulo entre 1994 e 2004 fora de 140%, ante os 200.160.601.286,84% da década anterior.
Permaneciam outras dúvidas, porém. Uma década de estabilidade relativa dos preços e maior previsibilidade sobre o cenário inflacionário ainda não se traduziam em crescimento expressivo. O país crescera a uma média de 2,5% no período, enquanto o mundo avançara quase o dobro.
O Plano Real mostrava um legado social ainda duvidoso e outras fragilidades econômicas se escancaravam. Mais de 2,5 milhões de pessoas ficaram sem emprego durante o período do longo ajuste e os juros agora eram o vilão que a inflação fora outrora.
Dívida pública e o rombo externo eram problemas a ser combatidos e ainda era preciso encontrar o caminho para um crescimento mais firme.
Mas o país podia já comemorar outro trunfo. A geração dos "filhos do real", os que nasceram depois do Plano Real ou tinham menos de dez anos quando a nova moeda foi lançada, exibiam já um comportamento "desindexado".
Não tinham os vícios de esperar por reajustes, como se fizera por anos antes. E cobravam sempre aos indícios de altas injustificáveis nos preços, então mais fáceis de ser percebidas após a implementação do plano.
"Tive que me explicar, lembrar que os fornecedores tinham alterado preços, e por aí vai. Mas essa molecada não viveu aquele tempo, é mais difícil aceitar", disse o editor de quadrinhos Fernando Lopes nos dez anos do Plano Real, ao explicar o aumento de R$ 6,00 para R$ 6,50.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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Veja frases que marcaram os dez anos do Plano Real:
"Deu certo, estou convencido, porque o povo se mobilizou e, no fundo, a implementação da moeda converteu-se na cidadania em ação. É, portanto, incomparavelmente mais do que a comunicação, a informação, cuja transmissão pode às vezes limitar-se a uma via de senso único, na qual um dos lados não sai de sua passividade
Ser informado é ser livre. Informadas, as pessoas tiveram a liberdade de tomar nas mãos o próprio destino e escolheram libertar-se da hiperinflação"
RUBENS RICUPERO, ex-ministro da Fazenda, que lançou o Real
"O país pagou um custo econômico e social muito alto pela estabilidade. Capitalizar o esforço feito pressupõe ampliar e sustentar o processo de crescimento e enfrentar os desequilíbrios sociais existentes, priorizando a geração de empregos e a universalização progressiva das políticas sociais."
ALOIZIO MERCADANTE, economista e professor licenciado da PUC (cargos ocupados na data de publicação do artigo; hoje, Mercadante é ministro da Casa Civil)
"O Real construiu a base para pelo menos crescer entre 3,5% e 4%, mas, além disso, é preciso mais. São as várias frentes de trabalho predominantemente micro, mas com preservação e consolidação da estabilidade macroeconômica"
ARMÍNIO FRAGA, ex-presidente do Banco Central
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