Certificado privado vai substituir barreira governamental, diz consultor
O consultor em Comércio e Política Agrícola Pedro de Camargo Neto diz que as certificações privadas devem substituir, em um futuro próximo, as barreiras sanitárias governamentais.
A afirmação foi feita durante a palestra 'Barreiras fitossanitárias, barreiras verdes, contenciosos e outros obstáculos para o Brasil', que encerrou nesta quinta-feira (28) o Fórum de Exportações, promovido pela Folha na Tucarena, em São Paulo.
Para o especialista, as certificações privadas são mais comuns em mercados maduros, como a Europa e os Estados Unidos.
"Um supermercado decide, após pressão da sociedade, não comprar mais carnes de um lugar que desmata suas áreas verdes. Isso já é uma realidade, mas como comprovar que esse desmatamento não ocorreu?", questiona.
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Exigências ambientais, trabalhistas e indígenas geralmente não são incluídas em acordos comerciais e podem entrar em vigor a qualquer momento, de acordo com os interesses da empresa importadora. Camargo Neto, entretanto, lembra que as questões políticas sempre fizeram parte dos obstáculos à livre circulação de mercadorias brasileiras.
"As nações exportadores sempre precisaram provar que suas mercadorias estão livres de qualquer risco sanitário. As barreiras obedecem critérios científicos. Mas qual deles? Estados Unidos, Japão e Europa têm ciências diferentes", explicou. A saída para quem vende é tentar se adequar da melhor forma ao mercado que pretende explorar.
NEGOCIAÇÃO
Camargo Neto lamentou a postura do Brasil na Conferência de Bali –evento promovido pela OMC (Organização Internacional do Comércio) em 2013, na Indonésia, para estabelecer regras consensuais nas negociações entre os países.
Os principais problemas, na opinião do especialista, foram a falta de uma estratégia de negociação e, até mesmo, a ausência de um objetivo.
A consequência foi a perda da liderança nas negociações agrícolas para a Índia. Com isso, o consultor acredita que conquistas importantes como a vitória sobre os Estados Unidos na disputa do algodão em 2005, não devem se repetir no futuro próximo.
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