No FMI, Levy diz que brasileiros 'entenderam' necessidade de ajuste
Em debate no Fundo Monetário Internacional (FMI), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que os brasileiros "entenderam" que o ajuste fiscal –corte de gastos e aumento de tributos– é necessário para retomar o crescimento, e que os governos precisam ser "corajosos" para explicar as medidas.
"O Brasil está adotando decisões difíceis", afirmou.
O governo precisa economizar mais dinheiro para frear o crescimento da dívida pública (veja quadro) e tranquilizar os credores a respeito da capacidade do Brasil de pagá-la.
Levy disse que os líderes do Congresso assinaram uma declaração dizendo que não aprovarão leis que aumentem as despesas do governo. "É bom numa democracia quando as pessoas chegam a esse tipo de comprometimento."
Mike Theiler/Reuters | ||
Levy aplaude comentário feito em debate sobre política econômica e endividamento, em Washington |
ENDIVIDAMENTO
Em um dos últimos eventos do encontro que reúne ministros econômicos e presidentes de bancos centrais do mundo, Levy participou da mesa-redonda sobre os riscos do alto endividamento, com a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark e a ministra das Finanças de Portugal, Maria Luis Albuquerque.
Depois da exibição de um vídeo com citações de Alexander Hamilton e até da escritora Margaret Atwood sobre o peso de uma dívida, o moderador perguntou aos participantes sobre o aspecto positivo delas. Levy disse que "uma dívida pode ser útil se for administrada e sustentável". Lagarde concordou.
Levy indicou que a dívida bruta brasileira não é tão alta quando comparada a de países ricos -segundo dados do FMI, ela foi de 65% em 2014, menor que a da Alemanha (73%), França (95%) e EUA (105%), mas maior que a de seus pares nos Brics, Rússia (18%) e China (41%) e igual à da Índia.
Editoria de arte/Folhapress |
Ele elogiou a Lei da Responsabilidade Fiscal como "arcabouço fiscal sólido", dizendo que na última década foi possível manter a dívida bruta brasileira "abaixo dos 60% do PIB" -segundo dados do BC, com metodologia diferente da do FMI, ela foi de 64% em 2014.
"Essa lei é muito clara e transparente, e endereçou a continuidade. Quando tivemos o boom dos anos 2000 até 2010, pudemos poupar e deixar reservas intocáveis. Quando a crise [financeira] veio, estávamos em uma posição confortável", disse.
Depois da crise, ele disse que foram adotadas políticas anticíclicas e, quando houve a exaustão delas, "passamos a políticas de acomodação".
Em um debate onde tanto as perguntas do moderador quanto as do público variaram de sustentabilidade a refugiados na África e crise no Oriente Médio, Levy defendeu o uso de "métricas" para calcular o impacto dos gastos do governo, inclusive sociais.
Afirmou que "o mais importante programa social" do país podia ser medido pela ajuda à mãe, a exigência de manter os filhos na escola, as consultas médicas regulares.
Citou o "exame nacional de avaliação" para medir a educação pública. "Nada é de graça. Mas quando você luta contra a pobreza, não são apenas números", afirmou.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 24/04/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | -0,32% | 124.741 | (17h34) |
Dolar Com. | +0,38% | R$ 5,1487 | (17h00) |
Euro | -0,14% | R$ 5,5142 | (17h31) |