Dilma cria gabinete de crise e monitora greve de caminhoneiros
A presidente Dilma Rousseff convocou um gabinete de crise e escalou ministros e assessores do governo para monitorar a greve de caminhoneiros marcada para segunda-feira (9) em todo o país.
Dilma estava preocupada com uma possível crise de abastecimento decorrente da paralisação mas foi alertada por auxiliares que a adesão deve ser baixa, segundo monitoramento de redes sociais feito pelo Palácio do Planalto e lideranças do setor que dizem ser "de grupos independentes" a iniciativa da greve.
Segundo o relatório entregue a Dilma na manhã desta sexta-feira (6), a greve dos caminhoneiros aparece como um dos três temas relacionados ao governo mais citados na internet, ao lado de "aposentadoria" e "Operação Zelotes", que investiga um esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), vinculado ao Ministério da Fazenda. No entanto, ponderam os assessores de Dilma, apesar das citações, a adesão ainda era baixa na manhã de sexta.
Mesmo assim, desde o início da semana, a presidente destacou os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), além do secretário especial do Trabalho, José Lopez Feijóo, para conversar com representantes do setor. Cardozo, a quem é subordinada a Polícia Rodoviária Federal, também cuidará do movimento nas estradas, enquanto Edinho Silva (Comunicação Social) acompanha a adesão à greve nas redes.
A ordem é acompanhar o movimento e, caso ele ganhe corpo a partir de segunda, avaliar se será preciso chamar os líderes do movimento para negociação.
Outra preocupação do governo é que a greve é apoiada pelos principais grupos que pedem o impeachment da presidente, como Revoltados Online, MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua.
REIVINDICAÇÕES
O Planalto alega que atendeu a maior parte das reivindicações da categoria que, em abril, fez sua última paralisação do ano.
No entanto, o grupo de caminhoneiros que convocou a greve –liderados pelo Comando Nacional do Transporte, que se declara independente de sindicatos–, continua pedindo a redução do preço do óleo diesel, a criação do frete mínimo (este o governo reconhece que não conseguiu atender), salário unificado em todo o país e a liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos. Querem também ajuda federal para refinanciamento de dívidas de compra de seus veículos.
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