Lemann e eu somos apaixonados por comprar empresas, diz Warren Buffett
Compras de empresas como Kraft Foods e Heinz não foram suficientes para aplacar a paixão de Jorge Paulo Lemann por aquisição de companhias, segundo o americano Warren Buffett, terceira pessoa mais rica do mundo e parceiro do brasileiro nesses investimentos.
"Jorge Paulo e seus sócios não podem ser parceiros melhores. Nós dividimos com eles a paixão por comprar, construir e ter grandes empresas que satisfaçam necessidades básicas e desejos", escreveu Buffett, na tradicional carta anual que escreve aos investidores da Berkshire Hathaway, a holding que controla seus investimentos.
No documento, Buffett, dono de uma fortuna de US$ 62,1 bilhões (segundo a agência Bloomberg), diz que continua a buscar oportunidades de parcerias com Lemann, que possui um patrimônio de US$ 25,7 bilhões e é a 25ª pessoa mais rica do mundo, pela mesma avaliação.
A parceria teve início em 2013, quando o fundo 3G Capital, de Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles, se uniu a Buffett para adquirir a americana Heinz, em negócio avaliado em US$ 28 bilhões. O passo seguinte foi dado em 2014, quando o americano ajudou a financiar a compra da cadeia canadense de cafés Tim Hortons pela rede de fast food Burger King (que pertence ao 3G Capital).
No ano passado, foi a vez de os brasileiros do 3G se juntarem a Buffett para assumir a Kraft Foods, em uma operação avaliada em US$ 40 bilhões.
A amizade entre Lemann e Buffett começou no fim dos anos 1990, quando eles fizeram parte do conselho da Gillette. Na década seguinte, o americano integrava o conselho da cervejaria Anheuser-Busch (fabricante da Budweiser) e apoiou a venda da empresa para a InBev, que tem Lemann, Sicupira e Telles entre seus principais acionistas.
ESTILOS DIFERENTES
Na carta aos acionistas, Bufett destaca ainda que ele e os brasileiros do 3G Capital têm estilos diferentes.
Para o americano, o método de Lemann e seus parceiros é "extraordinariamente bem-sucedido" e envolve comprar empresas que oferecem uma oportunidade para eliminar custos necessários –e fazer essa redução de modo muito rápido.
Já na Berkshire a prioridade é "evitar o inchaço", adquirindo empresas que já tenham executivos eficientes e que priorizem os cortes de custos.
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