Agricultura terá R$ 203 bilhões em crédito para safra 2016/17
A oferta de crédito destinada aos produtores na safra 2016/17 se mantém próxima da anterior, apesar da crise econômica vivida pelo país.
O novo Plano Agrícola e Pecuário destinará um volume de crédito de R$ 203 bilhões, 8% mais do que na temporada anterior, que foi de R$ 188 bilhões. A inflação do período está próxima a 9%.
A oferta de crédito para custeio e comercialização com juros controlados sobe para R$ 116 bilhões no plano que entra em vigor a partir de julho, alta de 20%. As taxas de juros variam de 8,5% a 12,75% ao ano.
Já o volume de crédito destinado ao Pronamp (programa de apoio ao médio produtor) vai a R$ 16 bilhões, com avanço de 15% em relação ao plano de 2015/16.
Os juros dos empréstimos para custeio são de 8,5% ao ano para os médios produtores e de 9,5% para os grandes.
O limite de crédito por produtor teve correção de 10%, para R$ 1,32 milhão por safra. Já o produtor do Pronamp tem crédito de R$ 780 mil.
Houve mudança também nas emissões de LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio). Há um direcionamento de 35% da captação com esses títulos para juros controlados. Segundo o governo, serão R$ 10 bilhões de crédito nessa modalidade e mais R$ 30 bilhões com juros livres.
Outra novidade é que os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e os CDCAs (Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio) poderão ter correção em moeda estrangeira, desde que lastreados na mesma.
SATISFATÓRIO
Para a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o volume de crédito é satisfatório e está dentro do esperado. Já o crédito com taxas controladas até superou as expectativas. O problema são as taxas de juros.
Com uma possível mudança de governo, o ambiente muda e as taxas de juros de longo prazo são declinantes. Se a Selic cair para perto de 10% em 12 meses, os produtores pagarão uma taxa próxima ou até superior a ela.
"Seria mais prudente ter esperado uma transição ou não de governo. Não há urgência para a aprovação do plano, e a decisão foi precipitada", segundo Roberto Brant, presidente do Instituto CNA.
Para Paulo Pires, presidente da FecoAgro/RS (Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul), o Plano Safra mostra reconhecimento à relevância do setor agropecuário para a economia.
Endrigo Dalcin, presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso), diz que "o novo plano é frustrante".
A Aprosoja pedia crédito de R$ 225 bilhões e um teto de R$ 2,4 milhões por CPF.
A associação também pedia uma redução de 1,25 ponto percentual nas taxas de juros. O plano anunciado nesta quarta (4), ao contrário, as elevou em 0,75 ponto.
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