Seguro de vida com resgate cresce no mercado
Fernando Frazão - 24.jul.2012/Folhapress | ||
Seguro de vida resgatável tem crescido a um ritmo mais acelerado que o tradicional no Brasil |
Com a possibilidade de recuperar parte do dinheiro gasto, o seguro de vida resgatável tem crescido a um ritmo mais acelerado que o tradicional no mercado brasileiro.
O valor pago por segurados por esse tipo de produto cresceu 37,6% no ano até maio em relação ao mesmo período de 2015, bem acima dos 4,2% de alta no intervalo dos produtos que oferecem somente a cobertura em caso de morte ou invalidez permanente.
O seguro resgatável tem apelo entre aqueles que querem proteger a família em caso de morte, mas receber algum dinheiro no futuro se nada ocorrer.
"É uma maneira de aumentar o alcance do seguro. A partir do momento em que você coloca um componente que traz usufruto em vida, você tira a objeção do cliente que não vê vantagem no produto", diz Leonardo Lourenço, superintendente da Mongeral Aegon.
Existem duas modalidades de seguro resgatável: uma com prazo de validade -ao final do período o cliente recebe o dinheiro, mas perde a proteção. A outra é vitalícia, na qual o cliente cancela a apólice para resgatar parte do dinheiro.
O planejador financeiro Jean-Michel Lartigue diz que abrir mão da cobertura à medida que envelhece não é um problema porque, ao longo dos anos, a expectativa é que a família forme patrimônio e diminua a dependência da proteção oferecida pelo seguro em caso de morte.
"A necessidade de capital segurado diminui ou não existe mais. Ter seguro por um prazo e não ter mais não é absurdo", diz Lartigue.
SEGURO RESGATÁVEL - Compare com o seguro tradicional e a previdência privada
Mas a possibilidade de ter o dinheiro de volta tem um preço. No começo do contrato, o seguro resgatável é mais caro que o tradicional porque parte do valor pago vai para uma reserva. A diferença diminui com o tempo -as mensalidades do seguro resgatável costumam ser só atualizadas pela inflação, enquanto o produto comum é reajustado também pela idade.
No Brasil, ainda são poucas as seguradoras que oferecem o seguro resgatável. A Folha conversou com três delas -Mongeral Aegon, Prudential e Mapfre- e com a Icatu Seguros, que prevê lançar o produto no primeiro trimestre de 2017.
Em geral, o capital mínimo contratado é maior que o dos seguros tradicionais -na Mongeral, é possível adquirir um seguro de R$ 100 mil, mas nas demais seguradoras a faixa parte de R$ 500 mil.
Na Prudential, um percentual do capital segurado pode ser resgatado em caso de doença grave, como câncer. As fatias variam de 40% se o cliente tiver até 65 anos e chegam a 60% se a idade superar 76 anos. Já na Mapfre, é possível antecipar 50% do valor contratado em caso de doenças terminais.
NÃO É INVESTIMENTO
Apesar de funcionar como uma espécie de reserva financeira, o produto não é um investimento. A rentabilidade do seguro é de apenas 3% ao ano mais a inflação acumulada no período. Com a taxa de juros em 14,25% ao ano no país, investimentos conservadores em renda fixa têm rendido mais de 10% anuais.
"Não é uma previdência. Se alguém entrar pensando que vai constituir uma previdência privada, não é. Se é para constituir patrimônio para aposentadoria, existem instrumentos mais eficientes", afirma Lartigue.
Se o foco for a aposentadoria, existem planos de previdência privada ou investimentos em fundos ou em títulos do Tesouro Direto.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 25/04/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | -0,07% | 124.646 | (17h36) |
Dolar Com. | +0,29% | R$ 5,1640 | (17h00) |
Euro | +0,48% | R$ 5,541 | (17h31) |