Petrobras reduz preços de gasolina e diesel nas refinarias
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (14) um novo plano para o preço dos combustíveis e a redução, a partir da 0h deste sábado (15), no valor cobrado pela gasolina e pelo diesel.
O preço da gasolina na refinaria –ou seja, aquele cobrado da distribuidora– irá cair 3,2%, e o do diesel, 2,7%.
A queda no preço para o consumidor depende que as distribuidoras repassem o novo valor aos postos. A estatal prevê que o impacto para o consumidor será de R$ 0,05 na bomba para o consumidor, o que representa uma redução de 1,4% para a gasolina e de 1,8% para o diesel.
Considerando a previsão de queda de R$ 0,05 no preço na bomba, um carro com consumo médio de 50 litros de gasolina por semana pode ter uma economia de R$ 10 no mês. Na semana passada, o preço médio da gasolina na cidade de São Paulo era de R$ 3,38, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo).
"A decisão do grupo gestor levou em conta o crescente volume de importações, o que reduz a participação de mercado da Petrobras, e também a sazonalidade do mercado mundial de petróleo e derivados", informou a empresa em fato relevante.
Segundo a estatal, a partir de agora a política de preços praticados pela Petrobras irá considerar os valores e condições do mercado internacional. Um grupo composto por membros da diretoria irá se reunir mensalmente para decidir se aumenta, mantém ou abaixa os valores segundo esses parâmetros.
O comitê será formado pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente, pelo diretor financeiro, Ivan Monteiro, pelo diretor de refino, Jorge Celestino.
CÁLCULO
A Petrobras anunciou ainda uma mudança no cálculo que faz para chegar ao preço cobrado. Serão levados em conta a paridade internacional (os preços cobrados no exterior), que já inclui custos como frete de navios, transporte interno e taxas portuárias.
Uma margem, cujo valor não foi revelado, será adicionada em função dos riscos da operação, como volatilidade do câmbio e tributos. O nível de participação de mercado também será levado em conta. A Petrobras informou que nunca praticará preços abaixo da paridade internacional.
Segundo Pedro Parente, o objetivo do novo modelo é fazer reajustes de maneira mais rápida. Isso não significa, contudo, que a estatal irá repassar automaticamente as variações do preço internacional.
"Estabelecemos que essa reunião será pelo menos uma vez por mês. Não há data certa e pode haver mais de uma reunião se houver necessidade. Acreditamos que a frequência mensal será suficiente para que a gente possa adaptar nossa política aos preços no exterior. Não é porque houve, por exemplo, uma subida que a gente irá imediatamente se reunir e subir o preço", disse Parente, em entrevista à imprensa para detalhar a medida.
Mesmo com a queda no valor de seu principal produto, a empresa acredita que suas finanças não sofrerão impacto. O diretor financeiro Ivan Monteiro reconheceu que há um impacto mais imediato na receita, que seria compensado por ganhos logísticos e no refino.
Parente afirmou ainda que a nova política de preços tem também como objetivo reduzir a alavancagem da empresa. Parente e Monteiro disseram que o mais recente plano de negócios da companhia, divulgado em setembro, já contemplava a política de preços divulgada nesta sexta.
"No nosso planejamento estratégico consideramos que a política de preços é um fator importante para ajudar a desalavancagem [redução da dívida]", afirmou.
INDEPENDÊNCIA
De acordo com Parente, o comitê da diretoria tem autonomia para decidir os valores do reajuste, sem qualquer interferência do Conselho de Administração, tampouco do acionista controlador, o governo federal.
Os anúncios de reajustes serão divulgados em comunicados à imprensa, sempre à noite, e também no canal de comunicação com os clientes.
Segundo Parente, o Conselho de Administração não fica sabendo antecipadamente das mudanças de preço.
"A decisão é da alçada da diretoria executiva. Não informamos ao Conselho o percentual nem o viés, de alta ou de baixa, do reajuste. Não dissemos precisamente quanto e nem a direção do reajuste", disse.
MERCADO
Um dos motivos que levou a empresa a decidir reduzir os preços foi o aumento recente da importação de combustível por outras empresas.
Segundo a Petrobras, 14% do mercado interno de diesel e 4% do de gasolina foram abastecidos por importações de outras companhias.
De acordo com Monteiro, a empresa irá adotar política de descontos em mercados específicos, a fim manter a competitividade e eventualmente aumentar os volumes vendidos no mercado.
A estatal elencou o que chamou de "princípios" para a nova política de preços da estatal:
- 1 - O preço de paridade internacional, que já inclui custos como frete de navios, custos internos de transporte e taxas portuárias
- 2 - Uma margem para remuneração dos riscos inerentes à operação, tais como, volatilidade da taxa de câmbio e dos preços, sobre estadias em portos e lucro, além de tributos
- 3 - Nível de participação no mercado
- 4 - Preços nunca abaixo da paridade internacional
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