Com incerteza política, agência diz que pode rebaixar nota do Brasil
A agência de classificação de risco S&P Global Ratings anunciou nesta segunda (22) que colocou a nota de crédito brasileira em revisão para possível rebaixamento nos próximos três meses.
A decisão se baseia no quadro de elevação da incerteza política.
A nota de crédito do Brasil está hoje em "BB" com perspectiva negativa, ou dois níveis abaixo do grau de investimento, o chamado "selo de bom pagador".
Um novo rebaixamento levaria a nota do Brasil para três degraus abaixo no grau de investimento.
Segundo a S&P, após recentes denúncias de corrupção contra o presidente Michel Temer, o cenário político do Brasil voltou a se complicar, e progressos consideráveis no campo fiscal e econômico —em um contexto de ajuste prolongado— estão sob risco.
Para a S&P, um presidente enfraquecido ou um longo ou disruptivo processo de transição enfraqueceria a capacidade de avançar nas reformas e provavelmente atrasaria a recuperação econômica.
Assim como a aprovação de políticas fiscais e econômicas mais proativas, o que poderia conduzir a um rebaixamento da nota.
"Caso confirmadas as acusações contra o presidente Temer, a capacidade para permanecer no escritório e governar efetivamente se tornaria provavelmente insustentável, colocando em movimento um processo de transição que não foi testado antes."
A S&P diz ainda que os recentes acontecimentos políticos atrasariam a capacidade da classe política avançar nas reformas no que chama de "tempo oportuno", ou seja, antes das eleições presidenciais de 2018.
REAÇÃO DO GOVERNO
Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que a S&P "reconhece a importância das reformas implementadas", apesar de frisar a necessidade da aprovação da nova Previdência, e que a classificação será mantida se a incerteza política for de curta duração.
"Segundo a agência, a nota de crédito poderá ser mantida em um cenário em que a incerteza política seja de curta duração e sob uma administração e equipe econômica que tenham apoio suficiente no Congresso para continuar avançando com medidas corretivas direcionadas a frear a deterioração fiscal e fortalecer as perspectivas de crescimento."
A nota afirma ainda que a pasta reafirma o compromisso com as reformas.
"O Ministério da Fazenda reafirma o seu compromisso com a recuperação da economia brasileira por meio de reformas estruturais que objetivam o equilíbrio das contas públicas, a sustentabilidade da dívida pública e a construção de novas bases para o crescimento sustentado", diz o texto.
OUTRAS AGÊNCIAS
As outras duas principais agências de risco —a Fitch e a Moody's— também mantêm a nota do Brasil dois níveis abaixo do grau de investimento.
A diferença é que, enquanto a Fitch segue a S&P e mantém a nota em perspectiva negativa, a Moody's revisou a perspectiva no início do ano, de negativa para estável, refletindo uma visão mais benigna sobre as expectativas para a aprovação das reformas e o desenvolvimento no campo fiscal.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 18/04/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,38% | 124.647 | (12h14) |
Dolar Com. | +0,36% | R$ 5,2613 | (12h33) |
Euro | 0,00% | R$ 5,5853 | (12h31) |