BNDES lança relatório em defesa de operações entre 2001 e 2016
Danilo Verpa - 29.mar.2012/Folhapress | ||
Paulo Rabello de Castro, presidente do BNDES |
O BNDES lançará nesta sexta-feira (14) o relatório sobre suas operações financeiras prometido pelo novo presidente do banco, Paulo Rabello de Castro, após sua posse, em junho.
O documento é visto internamente como uma defesa do quadro técnico e traz argumentos a favor da concessão de empréstimos subsidiados.
Batizado pelo executivo de "Livro Verde", o documento traz dados de operações realizadas entre 2001 e 2016, período que compreende a maior parte dos negócios questionados pela oposição aos governos PT e órgãos de controle, como os financiamentos à exportação e o apoio à JBS.
O resultado do trabalho foi comemorado por funcionários da instituição, já que não apontaria falhas na análise das operações.
"É um banco de comportamento absolutamente ético e exemplar", afirmou Rabello de Castro, em entrevista à rádio Jovem Pan para falar sobre o documento, que já foi entregue ao presidente Michel Temer e ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
O presidente do BNDES disse que cada operação é analisada por mais de 30 pessoas, sem possibilidade de ingerência do comando da instituição.
"São rapazes e moças que têm comportamento ético", defendeu ele. "Seria muito difícil fazer um conluio envolvendo mais de 30 pessoas."
Rabello de Castro argumentou que o apoio ao setor frigorífico respondeu a uma política de governo e envolveu não apenas a JBS mas também outras empresas do setor.
O documento destaca ainda que, entre 2006 e 2017, o fluxo acumulado de recursos entre o BNDES e o Tesouro Nacional é superavitário para este último, mesmo com a concessão de empréstimos subsidiados pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo).
O fluxo é superavitário entre 2008 e 2014, passando a ser deficitário apenas a partir de 2015.
"Em termos correntes, quase 50% do superavit primário [no período] é feito por tributos e dividendos devolvidos pelo banco", defendeu Rabello de Castro à Jovem Pan.
Na semana passada, questionamentos feitos por Rabello de Castro à substituição da TJLP pela Taxa de Longo Prazo (TLP), que reflete o custo de captação do Tesouro, levaram à demissão de dois diretores do BNDES que ajudaram a elaborar a nova taxa, Vinícius Carrasco e Cláudio Coutinho.
Para o presidente do BNDES, a nova taxa aumentaria o risco do investidor. O Ministério da Fazenda respondeu prontamente, afirmando que não abre mão da mudança.
O "Livro Verde" foi uma promessa de Rabello de Castro logo após a sua posse, que ocorreu em um momento de fortes questionamentos sobre a atuação do banco após a Operação Bullish, da Polícia Federal, que investigou empréstimos concedidos à JBS.
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