Com 'efeito Trump', jovens estão mais dispostos a pagar por notícias
Saul Loeb/AFP | ||
O fenômeno se reflete nas assinaturas de jornais tradicionais dos Estados Unidos |
Em meio à guerra declarada entre o presidente Donald Trump e a imprensa, mais jovens americanos estão pagando para ler notícias na internet, aponta relatório do Reuters Institute.
A taxa de pessoas entre 18 e 24 anos que assinam notícias on-line subiu de 4%, em 2016, para 18%, neste ano. Na faixa etária entre 25 e 34 anos, a porcentagem foi de 8% para 20%.
Esses dois grupos representam cerca de 30% do mercado no país.
O aumento contraria o senso comum de que os jovens não estariam preparados para despender dinheiro com jornalismo, diz o estudo.
O fenômeno se reflete nas assinaturas de jornais tradicionais dos Estados Unidos: o "New York Times" ampliou em cerca de 500 mil as assinaturas digitais nos seis meses seguintes à eleição de Trump. No "Wall Street Journal", a alta foi de 200 mil.
Mais de um quarto dos americanos ouvidos pela pesquisa apontam o apoio ao jornalismo como um motivo central para suas assinaturas.
"Esse aumento vem de pessoas de esquerda e de jovens, que querem mostrar de forma efetiva seu apoio aos esforços da mídia em fiscalizar o presidente e suas políticas", diz o relatório.
Entre os entrevistados que se dizem de esquerda, a taxa de assinantes de notícias on-line subiu de 15% para 29%.
CENÁRIO NACIONAL
No Brasil, a porcentagem de pessoas que pagam por notícias permaneceu estável neste ano: em 22%, considerando apenas a população urbana do país.
Com o ambiente de polarização política, a taxa de brasileiros que acreditam que a mídia é livre de influência política caiu de 36%, em 2016, para 30%, neste ano.
Ainda assim, o nível de confiança na imprensa segue alto (60%).
O relatório também aponta o aumento do Whatsapp como uma ferramenta de distribuição de notícias.
O Brasil é colocado como exemplo do fenômeno: no país, o uso de redes sociais, como o Facebook, para esse fim caiu 6 pontos percentuais, embora siga alto (66%). O uso do Whatsapp, por sua vez, subiu 7 pontos percentuais, para 46%.
"Isso pode ser um sinal de saturação do mercado, ou pode estar relacionado a mudanças nos algoritmos do Facebook em 2016, com uma maior prioridade de amigos e família. Outra explicação para a desaceleração é que as pessoas estão passando menos tempo em redes sociais e mais em aplicativos de mensagens", aponta o estudo.
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