'Se não tiver voto, melhor não votar', diz Maia sobre reforma da Previdência
Suamy Beydoun//Agif/Folhapress | ||
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), conversa com jornalistas |
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira (6) que rejeita a ideia do Palácio do Planalto de colocar a reforma da Previdência em votação sem garantia de vitória.
"Se não tiver voto, melhor não votar", disse Maia à Folha, quando questionado se concordava com a intenção do governo Michel Temer de pautar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) com menos de 308 votos, o mínimo necessário para aprovar a proposta em dois turnos.
Mais cedo, em reunião com aliados, Temer decidiu reduzir o piso e esperar contabilizar ao menos 290 votos favoráveis.
Maia disse que isso gera uma expectativa de derrota, o que é uma sinalização negativa para o mercado.
"Não vou votar com expectativa de derrota. Ir para uma votação com clareza de derrota apenas para ter uma data, a gente vai estar gerando uma sinalização de que não há na Câmara uma responsabilidade fiscal majoritária, e há", afirmou Maia.
Enquete feita pela Folha com deputados entre os dias 27 de novembro e 1º de dezembro apontou que ao menos 220 parlamentares devem votar contra a proposta de reforma, o que inviabiliza a meta de 308 votos favoráveis. Veja aqui a intenção de voto de cada deputado.
O governo resolveu baixar a meta de 330 votos diante das dificuldades que os deputados têm apresentado em apoiar a medida.
Durante o encontro no Palácio da Alvorada nesta quarta, Temer pediu empenho dos aliados para que uma contagem mais objetiva de votos seja feita em reunião agendada para esta noite.
A reunião desta manhã esfriou o clima de otimismo que tomava o governo e o mercado desde o início da semana.
O café da manhã deixou claro aos líderes da base e ao próprio Temer que ainda não há votos suficientes para aprovar a reforma da Previdência este ano.
Segundo parlamentares que participaram da reunião, o cenário atual é de cerca de 260 votos -mesmo patamar que era considerado nesta terça-feira (5).
"A gente está com dificuldade em todos os partidos", disse o presidente da Câmara.
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