Com 98% do total apurado, Constituição tem 64% de apoio no Equador
O "Sim" à nova Constituição, impulsionada pelo governo do Equador, alcança 63,95% dos votos após a apuração de 98,31% dos votos do referendo realizado no último domingo no país, informou nesta terça-feira o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE).
Com esta percentagem apurada, o voto contra a Constituição, promovido pela oposição, chega a 28,08%, enquanto o voto nulo tem 7,23% e o voto em branco tem 0,74%, segundo o TSE.
Saiba mais sobre a nova Constituição do Equador.
Em números absolutos, o "Sim" conta até o momento com 4.667.027 votos, enquanto o "Não" acumula 2.049.104 votos.
O TSE prevê completar hoje a apuração preliminar e deverá proclamar os resultados oficiais definitivos em um máximo de dez dias.
Um total de 9.754.883 equatorianos tinham direito de participar do referendo para aprovar ou rejeitar a nova Carta Magna redigida pela Assembléia Constituinte e apoiada pelo governo do presidente Rafael Correa.
Segundo o TSE, em Guayaquil, reduto da oposição, o "Não" tem uma pequena vantagem sobre o "Sim".
Segundo as informações oficiais preliminares em Guayaquil, com 99,94% dos votos apurados, o "Não" tem 46,98% (552.868 votos) e o "Sim" 45,68% (537.608 votos), enquanto os nulos chegam a 6,83% (80.335) e os brancos a 0,52% (6.099).
Transição
Correa iniciou nesta segunda-feira (29) uma fase de polêmicos ajustes após ter aprovado, com ampla maioria a nova Constituição equatoriana no referendo de domingo.
O novo texto abre o caminho para provável reeleição do presidente, nas eleições de fevereiro de 2009.
A Carta Magna prevê um regime de transição, que delega a uma Assembléia Constituinte dominada por partidários do governo a missão de reorganizar as funções do Estado, incluindo a Suprema Corte de Justiça.
A assembléia, que redigiu a Carta, também assumirá os trabalhos legislativos em substituição ao Congresso, que era controlado pela oposição e por isso foi fechado pelo governo no final de 2007.
Fernando Vergara/AP |
Presidente Rafael Correa fala a jornalistas após vitória do "sim" |
Com o resultado, o Equador aprovará sua vigésima Constituição, após viver uma sucessão de crises políticas que nos últimos dez anos derrubou três presidentes.
"O Equador viverá a transição mais democrática de sua história", afirmou o presidente nesta segunda-feira. 'Tudo foi submetido à consideração do povo equatoriano. E este é um dos estatutos mais democráticos', declarou.
O Tribunal Eleitoral "terá que aprovar algumas leis urgentes e escolher algumas autoridades, para ajudar a formar o Conselho de Participação Cidadã e o Conselho Nacional Eleitoral", disse Correa, confirmando que "daqui até fevereiro haverá eleições de prefeitos, governadores, presidente e vice-presidente".
A nova Carta Magna permite a reeleição de Correa --que pode permanecer no poder até 2017--, confere novos poderes ao Executivo e amplia a participação do Estado na economia, além de garantir saúde, educação gratuitas e proíbe a instalação de bases estrangeiras no Equador.
Sobre o tempo necessário para a aplicação das mudanças sociais, Correa revelou que "estudos preliminares" indicam que "para implementar todos estes direitos serão precisos cinco, dez anos, dependendo da capacidade econômica do país".
No cenário internacional, "vamos seguir com nossa política de integração latino-americana, em busca de uma nova ordem mundial".
Com Efe e France Presse
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis