Filipinas celebra 25 anos de revolta que derrubou ditador
O presidente das Filipinas, Benigno Aquino 3º, liderou nesta sexta-feira as comemorações pelos 25 anos da revolta popular de quatro dias que derrubou o ditador Ferdinand Marcos. Ele afirmou que a luta pela boa governança e contra a corrupção que foram marcos da Revolta do Povo continua.
Aquino lembrou os 20 anos de um regime de mão de ferro de Marcos --que enriqueceu sua família e amigos enquanto a população afundava na pobreza.
Marcos morreu em exílio no Havaí três anos depois de sua queda. A pobreza, corrupção e insurgência ainda são os maiores problemas nas Filipinas.
Francis R. Malasig/Efe | ||
Pombas brancas posam em dois bispos filipinos que participam das celebrações do fim da ditadura de Ferdinand Marcos |
Aquino disse que a revolta aumentou as esperanças de que a democracia traria a prosperidade e um governo que protege o dinheiro do povo, mas isso não aconteceu sob o governo de sua antecessora, Gloria Macapagal Arroyo.
"Há alguns que traíram a confiança do público e roubaram os cofres do governo", disse. "Com boa governança para combater corrupção, nós podemos libertar nosso povo da pobreza".
Arroyo ficou no poder por nove anos, sobrevivendo a várias tentativas de golpe por militares descontentes e pedidos de impeachment da oposição --que a acusou de corrupção, fraudes eleitorais e abusos dos direitos humanos. Ela negou todas as acusações.
Aquino é o filho de dois ícones da democracia filipina. Sua mãe, Corazón Aquino, reivindicou a vitória contra Marcos nas eleições fraudulentas realizadas duas semanas antes da revolta e foi empossada como sua sucessora. Seu pai e arquirrival de Marcos, o ex-senador Benigno Marcos Aquino, foi assassinado por militares em 1983.
Um terço dos filipinos vivem com média de US$ 1 por dia. A falta de postos de trabalho em casa forçou cerca de 10% da população filipina a buscar trabalho no exterior. Eles enviam bilhões de dólares para casa e ajudam a escorar a economia do país.
Aquino retomou as conversações de paz com os insurgentes comunistas e rebeldes separatistas muçulmanos para acabar com mais de quatro décadas de conflito armado que também tem retardado o crescimento econômico do país.
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